gigio brunello Macbeth de repente
Enredo: Macbeth de repente Drama em dois actos para fantoches livremente inspirado ao W. Shakespeare. O titereiro desculpa-se com o público: o Macbeth não será representado por causa de contratempos dévidos à construção dos novos fantoches. Em lugar da tragédia ele vai fazer uma comédia utilizando máscaras da Commedia dell’arte e da mesma barraca que ele tinha pensado para o Macbeth. Não uma comédia qualquer, mas “O emigrante ciumento”, um inédito de Carlo Goldoni. O espectáculo começa com Arlecchino recalcitante e ofendido que, aproveitando dos momentos de distracção do titereiro, conduz a revolta: eles próprios, os cómicos da Arte, vão por em cena Macbeth. O primeiro que paga os custos é o titereiro, o rei Duncan que está na barraca. O texto, escrito a quatro mãos, está organizado em dois actos: Primeiro acto. Através do jogo literário, emergem, dos arquivos goldonianos, personagens e piadas. O melancónico tecedor que em “Uma das últimas noites do Carnaval” abandoa Veneza para emigrar para a Russia, aqui se torna o tipógrafo Rodolfo Barbieri que, injustamente perseguido, fuge para as Américas. Federigo Rasponi está no seu alcanço, mas ele, graças à némesis histórica, se vendica do papel do Emigrante ciumento. Pantalone descobre ter um filho, o Lelio de “O mentiroso”, mas um equívoco fatal o faz topar com a morte na mesma altura da reunião. Através da revisitação literária, cruzam-se também os diálogos da conspiração em acto nos bastidores e isto introduz situações burlescas e de teatro no teatro. Segundo acto. Utiliza-se uma síntese do texto do Shakespeare sem alterar a força evocadora e o poema da palavra. A atenção está dirigida para o percurso, sem saídas, do Arlecchino-Macbeth que vai ao encontro com o seu destino. Personagens principais e escolhas interpretativas: Arlecchino-Macbeth: encara o dilema existencial do vestir a máscara, vestir o traje, ser um bocado astuto e um bocado patife sabendo que nunca poderá renascer diferente; ele teima em fazer uma parte que não é a sua, atribuindo-se as consequências de um guião sem saída. Brighella/ Lady Macbeth: o amoral, aceita de personificar Lady Macbeth e exalta-se em repetir deixas crueis e sanguinárias. O que o faz parar será só uma cosciência artificial, a mão gelada do rei morto, a prova que tem que ser escondida e que ele vai por dentro de si, entrando novamente dentro dos percursos inelutáveis do texto. Pantalone/Macduff: representa a dignidade que provem da profissão. Eles são máscaras de cabeça erguidas, cada um tem que fazer bem a própria parte, sem caprichos, e como recompensa receberão os aplausos do público. Quando cede às fraquezas dévidas à idade, o projecto do Arlecchino consegue conquistá-lo. gigio brunello
Por culpa daquela espada verdadeira, auténtica, para humanos, que o fantoche nunca teve nas mãos. Balanzone/Banquo: partecipa na conspiração um pouco distraido, com a preocupação de perder o emprego e consciente das amnésias temporárias que o apanham à traição no meio da cena. Atirado lá no meio do camarote, sozinho, para encarar o público, acontece-lhe de perguntar-se: Que estamos a representar? E quem sou eu? Mas o sangue é verdadeiro ou pura ficção? Ficha técnica: Macbeth de repente. Obra teatral livremente inspirada ao Macbeth de Shakespeare. Autor: Gigio Brunello posição SIAE 49107 e Gyula Molnar posição SIAE 822974 Registo SIAE: 849474A Actos: Dois actos breves Duração: 1 hora e 20 minutos Animação: titereiro solista Idade: para adultos ( de 10 anos em diante) Materiais técnicos: a companhia é autónoma no que diz respeito luzes e som Exigências técnicas: instalação corrente eléctrica, cargo 3 kw Ambiente protegido e escurecível Melhor seria se a barraca pudesse ficar num plano ligeiramente elevado em relação ao público. Impossível a visão de degraus ou arquibancadas. Recensões: Il Giornale di Vicenza, 2 de Abril 2002 Antonio Stefani Fantoches. Grande técnica e incrivél mistura de géneros “Macbeth de repente” é um inquietante Arlecchino
Vicenza. Depois ter contado os pupi na Astra, agora deixem nos falar dos fantoches no San Marco. Os do “Teatrino della Marignana” que precederam as recentes entregas de prémios do festival “Máscara de ouro Fita” e que ofereceram o espectáculo mais desestabilizador deste período. É possível qu sejam eles mesmo, os fantoches? É possivel sim. Porque misturar um improvável quanto verosímil enredo goldoniano com o Macbeth de Shakespeare, jogando para além disso ao teatro no teatro, não é coisa que poderiam fazer os actores em carne e osso. O orgánico da companhia em miniatura é aquele tradicional, com o Arlecchino, o Brighella, o pantalone, o Balanzone, os namorados, etcetera, mas o andamento da representação é um bocado anárquico, o enredo da comédia O migrante ciumento parece um apuro entre O servidor de dois patrões, O mentiroso, Uma das últimas noites de carnaval, e além disso a tropa das cabeças em madeira têm outros planos. Uma tragédia. O inominável Macbeth com as suas bruxas, a terrível Lady, Banquo e Macduff, o mato de Birnam e tudo o mais. O Arlecchino será portanto o visionário protagonista disposto a matar para se tornar rei, o Brighella com uma cabeleira será a sua esposa, o Pantalone será um Macduff armado de espadão e assim de seguida, num contexto caricatural mas não demais, onde o espectador se perde entre drama e gargalhadas, numa situação cénica onde os bonecos, aptos a alienação brechtiana, cedo percebem gigio brunello
que no fundo não vai ser tão mau voltar ao bondoso esfregão goldoniano, mas entretanto a fosca história escocês continua e o Arlecchino-Macbeth no fim está claramente trespassado. Tanto que o titereiro Gigio Brunello sai do caixão para os agradecimentos com a cândida camisa toda enodoada de vermelho, como se em cima dele fosse caído à serio o sangue dos matados. Assim é o Macbeth de repente realizado por Gyula Molnar, episódio de irrepreensível técnica e de incrível mistura de vários géneros. Engraçado e gelador. Aliás, se já não existem as tenras crianças de outrora, é inevitável que não haja nem os mais sossegados fantoches. La Repubblica, 11 de Junho 2004 Alfonso Cipolla Quando um boneco conta histórias sublimes
“Imagens do interior”, o festival internacional de teatro de figura organizado em Pinerolo, festeja a sua décima edição. É uma meta não de pouco valor, sobretudo se consideramos que nestes últimos anos a manifestação cresceu muito, adquirendo uma sua própria fisionomia, e tornando-se um ponto de referência. Há dois anos o festival engloba dentro das propostas a Montra do Teatro de Figura Piemonte: uma oportunidade para o confronto para as vinte companhias que trabalham na Região, capaz de atrair muitos operadores, estranjeiros também. À montra está associado o prémio “Gianduia de trapos” para as produções mais significativas. Para além da visibilidade oferecida aos grupos e aos espectáculos, trata-se duma autêntica oportunidade para crescer, porque amplos espaços estão reservados a encontros e debates. Isto é pelo menos o espírito com que Damiano Previtera e Georgina Castro, animadores do festival, entenderam a montra, para imprimir um novo curso ao teatro de figura piemontês, que sempre mais está presente ao nível europeu. Mas chegamos aos espectáculos do festival. Começa hoje à noite com dois apontamentos para a grande abertura. Às 21 na praça San Donato o Bululu Teatro de Horacio Peralta, genial titereiro agentino mas parisiense de adopção, apresenta Rosa, Verde y a Mano furiosa, hilariante história de dois crocodilos namorados. Às 22 na igreja San Giuseppe irá em cena mais bonito e inteligente espectáculo produzido nos últimos anos. Trata-se do Macbeth de repente do “Teatrino della Marignana” de Gigio Brunello: a não perder por qualquer razão para quem quizer gozar duma hora de grande teatro. No sábado às 23.30 é preciso apontar na galeria En Plein Air o onírico, visionário espectáculo Seule au bain, que a fascinante Vanessa Valk sacou da obra de Cocteau. De domingo até terça vão se alternar nos vários palcos os grupos convidados para o montra, entre os outros o Teatro Alegre, o Dottor Bostik, Oltreilponte Teatro, o Melarancio, e outros artistas e titereiros quais Gianluca di Matteo, Cristiana Daneo e os irmaos Ochner. Entre as companhias estranjeiras em programação na próxima semana merecem ser seguidos os espectáculos de Iordi Bertran Poemas Visuales (quarta feira, às 22.30), Antologia (sexta feira, às 22.30), e El circo màs pequeño del mundo de Pepe Ontal: um dos maiores representantes da titereria internacional, mestre indiscutível de gerações de titereiros. O festival vai acabar no sábado com a tradicional festa em rua Principi d’Acaja convertida num grande palco capaz de acolher dezenas de espectáculos. Info 0121/77893 Associação Nacional dos Críticos de Teatro Prémio da Crítica teatral 2002 Macbeth de repente. A associação Nacional dos Críticos de teatro atribuiu o Prémio da Crítica 2002 ao Macbeth de repente de Gigio Brunello e Gyula Molnar, dirigindo assim pela primeira vez a gigio brunello
atenção ao teatro de figura. O seu objectivo não é tanto reparar uma injusta omissão, quanto solicitar uma atenção maior para aqueles âmbitos da cena que, amiúde, são considerados injustamente de minor importância. Macbeth de repente demonstra que – ao lado dum teatro assim chamado “maior” e dum teatro de pesquisa “oficial” – existe uma forma de espectáculo capaz de obter successo em faixas de público muito várias por idade e instrução, aberta às concepções mais modernas da cena, naturalmente sensíveis às trocas entre diferentes disciplinas artísticas, capazes de misturar a tradição dos fantoches e dos da Commedia dell’arte com a experimentação dramatúrgica. Ao longo do espectáculo, que junta dois artistas originais e com uma forte personalidade com Brunello o Molnar, tudo acontece com a leveza da ironia e a cumplicidade dum sorriso. E isto também é um mérito. Cabeças de madeira, só cabeças de madeira
O insustentável vertigem do imprevisto “A tragédia prevista para hoje não irá em cena”. Palavra de titereiro, que sai da barraca e em voz baixa pede desculpa. Macbeth de repente começa com um monólogo que enuncia as razões de fundo: a estrutura metateatral; a questão do repertório; o alargamento das possibilidades de representação dos fantoches tradicionais, animados através luvas e na barraca; a reticência e o medo dos protagonistas do teatro de figura; a fundamental solidão do animador; a ambígua colocação do gosto do público e a construção do mercado; o difícil controlo dos instrumentos de expressão e representação, na altura em que todos os códigos foram quebrados; a consciência de que o teatro contemporâneo, depois da crise da animação tradicional, as revoluções do Novecento e o Novo Teatro, agora dispõe de muitos recursos e ferramentas.
Los reconocimientos médicos en el ámbito laboral Juan Pérez de Siles Hervías • Abogado • Profesor Asociado del Instituto de Postgrado Universidad de Comillas (ICAI-ICADE) • Profesor de ESINE El cuadro de derechos y deberes deri- mo «no apta» por los servicios médicos deta una serie de relaciones jurídicas quese entablan entre las partes (empresario y tra-La trabajadora s
IFSCC conference Barcellona 2008 Novel retinol-like actives from parrots feathers / M. Rigano, M. Picaro, E. Pini, R. Stradi, M. Meloni, A. Bertelli, A. Benedusi, G. Giuliani. - In: IFSCC magazine. - ISSN 1520-4561. - 11:4(2008). - p. 323-330 Giuliani S.p.A. - Via Palagi, 2 - 20129 Milano Tel. +39 02.20541 - Fax +39 02.29401341 - www.giulianipharma.com 14th Meeting of the European So