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Artigos Originais
ABORTO PROVOCADO COMO OBJETO DE ESTUDO EM ANTROPOLOGIA DA SAÚDE
INDUCED ABORTION AS THE OBJECT OF STUDY IN
ABORTO PROVOCADO COMO OBJETO DE ESTUDIOS EN HEALTH ANTHROPOLOGY
Este artigo tem o objetivo de contribuir para a reflexão sobre o aborto provocado em adolescentes, sob o ponto de vista teórico-metodológico. Apre-
senta uma breve revisão bibliográfica bem como dados epidemiológicos. Aponta a adequação da etnografia como estratégia teórico-metodológica
para análise da temática.
Palavras-chaves: Aborto induzido; Adolescência; Antropologia Cultural
propósito deste texto é relatar um pouco dos estudos e do psicológico em que chegam, a faixa etária mais jovem, entre ou- O reflexões que temos feito ao longo de nosso trabalho no
mestrado em Enfermagem, principalmente para a preparação da dis- Esta foi a primeira motivação, de cunho sanitário, para estudar sertação, cujo tema é o aborto provocado entre adolescentes.
essa temática, por reconhecermos este como um problema de saú- O interesse por este estudo surgiu da prática quotidiana da alu- de pública que precisa ser mais bem compreendido.
na como enfermeira obstétrica em uma maternidade da região me- Outra grande motivação foi a observação de como as pacientes tropolitana de Belo Horizonte, mais precisamente na periferia de Be- que provocavam o aborto eram tratadas pelos diversos profissionais.
Quem trabalha na área de obstetrícia, convive com uma certa Neste serviço podemos perceber o grande número de casos condescendência implícita com estes casos, no que diz respeito à questão legal. As pacientes não são encaminhadas para investiga- de curetagens pós-aborto realizadas, abrangendo cerca de 25% ções, e evita-se até a anotação em prontuário de relatos comprome- dos atendimentos. No entanto essa não é uma estatística precisa, tedores. No entanto, os comportamentos na relação com a pacien- uma vez que o cálculo desse dado é dificultado pela ilegalidade do te variam da piedade à punição. Aspectos sociais e culturais envol- aborto no Brasil. O que podemos observar, na prática, é que o nú- vidos no processo de assistência à saúde da mulher são, freqüen- mero de abortos provocados é alto. Esta observação baseia-se em temente, desconsiderados nos serviços de saúde e, nestes casos, dados clínicos. O aborto espontâneo, dificilmente, está associado que envolvem questões morais e legais complexas, isto se torna ain- com a presença de infecção, e é muito comum constatarmos abor- Assim, voltamos a atenção para as adolescentes que formam Nesta maternidade, como em outras do Brasil,(1) observamos um grande grupo de pacientes assistidas na maternidade e que têm ser comum o uso de um comprimido à base do misoprostol, uma particularidades pela própria fase de seu desenvolvimento. A gravi- prostraglandina de nome comercial Cytotec®, como indutor do dez, nesta fase da vida, e suas conseqüências têm sido objeto de aborto. Com freqüência, este é encontrado, ainda, no colo do útero preocupação por parte de estudiosos, pesquisadores e dos formu- das mulheres no momento do atendimento ou seu uso é relatado.
ladores de políticas de saúde. A prática do aborto, no entanto, tem Podemos, ainda, observar certas semelhanças entre as pacien- sido relevada embora seja um problema com conseqüências para a tes que provocam o aborto como as histórias que contam, o esta- saúde física e mental dessas adolescentes.
* Enfermeira, Mestranda - Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem ** Enfermeira, Professora Adjunta - Doutora da Escola de Enfermagem - Rev Min Enf jul/dez 1998; 2(2):57-61
ABORTO PROVOCADO COMO OBJETO DE ESTUDO EM ANTROPOLOGIA DA SAÚDE
O aborto provocado é, sem dúvida, um grave problema de Saú- nova economia emergente são revistas as políticas sociais a partir de de Pública, principalmente, pela sua íntima relação com a morbi-mor- uma visão de garantias à saúde da mulher trabalhadora e, na Rús- sia, o aborto é legalizado e oferecido pelo Estado, procedimento que Estima-se que, no Brasil, o coeficiente de mortalidade materna foi seguido por muitos países do Bloco.(6) esteja em torno de 150-156 por 100.000 nascidos vivos, o que é Nas décadas seguintes, o tema do aborto passa a ser assumi- uma taxa alta se comparamos com países como, por exemplo, o do de forma vigorosa pelo Movimento Feminista como um direito da Canadá (4 por 100.000 n.v.) ou Cuba (12 por 100.000 n.v.). Em mulher nos países desenvolvidos e será o principal protagonista das pesquisa específica sobre saúde reprodutiva realizada em 1982, da- mudanças legislativas a partir da década de 60.
dos do IBGE apontam que este número dobra na faixa etária de 10 Segundo Barsted,(9) a problematização do aborto como um fato social, no Brasil, teve início apenas na década de 70, com a realiza- Na maioria dos estudos de mortalidade materna o aborto é ção de alguns estudos na área acadêmica, principalmente da área apontado como a quarta causa de morte materna, responsável por de Saúde Pública. Através desses estudos, começou-se a se reve- cerca de 11% do total,(3) mas estima-se que existe um alto número lar a alta incidência desta prática, sua relação com a pobreza e a fal- ta de serviços de planejamento familiar. A partir do final dessa déca- Os estudos de mortalidade geral em adolescentes apresentam da, o movimento feminista brasileiro começou a colocar esta ques- as complicações de parto, puerpério e gravidez como uma das cin- tão como ponto chave de debates e reivindicações até os dias de co principais causas de morte entre mulheres de 15 a 24 anos, uma característica muito diferente da que se observa em outras faixas etá- Na década de 90, ocorreu um aumento da oferta dos meios de planejamento familiar no Brasil, sem contudo, haver ainda um servi- Um estudo investigativo dos aspectos psicossociais envolvidos ço amplamente disseminado no país. Outra novidade dessa década com a prática do aborto apontou a existência de condições psicoló- é a criação de serviços públicos de aborto para os casos previstos gicas importantes, como transtornos mentais, estresse, sentimentos de culpa, fazendo as mulheres sofrerem física e emocionalmente.(5) A realidade, na maioria dos países do terceiro mundo como o Brasil, onde o aborto é permitido apenas em situações de risco de Aborto: uma história antiga - resumo da historiografia
vida da mãe e estupro, é muito diversa da dos países desenvolvidos encontrada
capitalistas e socialistas, Nestes países calcula-se que são realizados cerca de 50% dos abortos praticados no mundo.(6) Acredita-se que a prática do aborto seja muito antiga e conhe- Atualmente tem crescido o número de legislações mais liberais cida de todas as culturas. Segundo Portella,(6) alguns relatos históri- em relação ao aborto e os recentes documentos mundiais aprova- cos mostram que ela está presente nas sociedades desde a antigüi- dos nas Conferências da ONU sobre a População - Cairo 94 e so- dade, utilizada como forma de contracepção e mantida como práti- bre a Mulher - Beijing 95,(10) não recomendaram para os países ca privada até o século XIX, com o início da industrialização na Euro- membros a legalização do aborto, porém pela primeira vez este é re- pa. Antes disso, a vida privada era regida pelos códigos orais e pe- conhecido como um problema grave de saúde pública no nível mun- los costumes, sendo que as posições correntes sobre a concep- dial e todos os países se comprometeram a acabar com legislações ção, como a de que o princípio vital estava no espermatozóide, cria- punitivas às mulheres que o praticam.
vam condições para que as práticas abortivas não fossem condená- Possíveis caminhos para uma pesquisa sobre aborto
Segundo Hurst,(7) mesmo no seio da Igreja Católica, que passa- provocado
ra a condenar as práticas contraceptivas e o aborto, vivia-se uma época de tolerância, influenciada, principalmente, pelas idéias de O breve levantamento da literatura bem como nossa experiência Santo Thomaz de Aquino, tomadas como dogmas a partir do sécu- profissional e política na área de saúde da mulher fazem-nos consta- lo XIV. Estas idéias eram baseadas em conhecimentos biológicos da tar que poucos temas provocam debates tão apaixonados como o época e, segundo ele, só haveria alma quando o feto tomasse a for- aborto. Dificilmente encontram-se opiniões, seja em forma de pes- quisas, artigos ou na mídia, que não coloquem o autor em um posi- As primeiras descobertas da Embriologia contribuem para derru- cionamento “a favor" ou "contra". O tema do aborto aparece como um bar as antigas crenças e para o avanço da ciência médica no início do século XIX. A prática do aborto passa a ser avaliada como peri- grande tema universal, pela sua relação com a reprodução. A princí- gosa para a mulher e estes são os primeiros passos para sua regu- pio, pode ser visto como um processo que acontece no corpo das lação social. Assim, até o fim do século, vários países europeus e os mulheres, mas suas implicações transcendem crenças e instituições EUA adotam legislações punitivas. Na virada do século, essas legis- lações se estendem para as colônias européias.(8) Embora encarado como um problema de saúde pública, um Este quadro restritivo mantém-se até o fim da Segunda Guerra problema político no campo dos direitos reprodutivos, um problema Mundial, quando se dá a formação do Bloco Socialista Europeu. Na da ética moral das pessoas e instituições, estas implicações devem - Rev Min Enf jul/dez 1998; 2(2):57-61
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ser consideradas como pano de fundo, um background a ser reco- sividade e passividade seriam atributos de ambos os sexos variando nhecido. No entanto, tais aspectos não devem direcionar toda pes- sob condições culturais e sociais específicas.
quisa referente a essa temática. Devemos partir da reflexão de que Para a mesma autora, houve e ainda há um período de crítica a esta é uma das práticas das mulheres ao lidar com sua vida repro- estes modelos porque elas colocariam a subjetividade e identidade dutiva. Assim, praticar um aborto é um dos acontecimentos a que femininas como algo já estruturado culturalmente sem possibilidade uma mulher está sujeita em sua vida reprodutiva assim como, prati- de uma redefinição, levando ao mesmo problema do reducionismo car anticoncepção, engravidar e viver a gestação, ter partos, ter anterior, principalmente nos trabalhos estruturalistas e pós-estrutura- doenças sexualmente transmissíveis. Cada um destes acontecimen- tos envolve valores, crenças, mitos e estratégias compartilhadas pe- Essa autora propõe alternativas para pensar a identidade femini- las participantes que vivenciam esta experiência.
na como experiência dinâmica. Esta experiência não é só determina- São várias as indagações possíveis decorrentes desta percep- da por relações de poder, mas, também, por uma relação contínua ção: existe uma cultura do aborto entre as mulheres? A prática do de experiências de interação com o quotidiano.
aborto se insere como um viés da cultura sexual e reprodutiva mais Essa perspectiva torna possível pensarmos a estruturação da ampla? Como esta prática se insere numa cultura mais ampla que é identidade feminina num contexto cultural de mudanças aceleradas a cultura adolescente? As respostas a estas questões levam a uma e que tem trazido impactos na vida sexual e reprodutiva das mulhe- reflexão sobre os conceitos de cultura, culturas, subculturas que só res. A gravidez na adolescência e a opção por fazer um aborto po- podem ser compreendidas numa descrição do que compartilham deriam constituir-se em uma experiência desnormalizadora no per- pessoas que vivenciam a mesma situação social. curso da construção da identidade, uma vez que alteram essa iden- Um caminho teórico, presente em estudos sobre a gravidez na tidade numa idade precoce. O conjunto de práticas, hábitos, valo- adolescência, é o da construção da identidade feminina, consideran- res, sentimentos envolvidos na vivência do aborto poderiam entrar in- do que as mulheres adolescentes estão num processo de transição teragindo com modelos sociais, modelos de identidade feminina por ser uma vivência complexa, parte de uma cultura que precisa ser co- Para Desser,(11) a fase da adolescência seria uma fase tolerada como de menor responsabilidade com a família, o trabalho e maior li- É importante lembrar que todas estas relações de identidade/sexua- berdade como a experimentação de mais autonomia em relação aos lidade são expressadas na linguagem, são portanto simbólicas e par- pais. Como entraria uma vivência como a do aborto nesta fase? ticulares de cada contexto cultural.
Ainda segundo Desser,(11) no caso da sexualidade e da saúde reprodutiva verificam-se alterações de valores e concepções como Etnografia: estratégia teórico-metodológica para o
virgindade, casamento, amor, papéis sexuais, padrões de fecundi- estudo do aborto provocado
dade, entre outras que têm impacto importante na vida das mulhe- res e nas relações de gênero. São situações que levam ao questio- A partir das reflexões anteriores, optamos por realizar uma pes- namento: como tantas mudanças podem alterar a identidade femini- quisa que buscasse uma descrição, a mais próxima possível, do uni- na? Isto vale para todos os grupos culturais pesquisados? verso dos sujeitos desta cultura através da análise etnográfica.
O conceito tradicional de "natureza feminina", de cunho biológi- Assim, propomos uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfi- co, define a mulher totalmente determinada por sua anátomo-fisiolo- co, visto que é um método adequado para a tradução de significa- gia. Esta visão reserva à mulher a passividade e ao homem a agres- dos particulares compartilhados pelas adolescentes dentro de seu Simone de Beauvoir,(12) em seu conhecido "Segundo Sexo" Na escolha de um método de pesquisa, concordamos com Ro- descreve a subjetividade feminina como uma construção cultural drigues(13) quando afirma que, "não há como dissociar a sua dimen- montada em diferenças anatômicas que seriam discretas ou que se são social e política de sua dimensão técnica". Assim, a visão de tornaram discretas com a evolução humana. Sempre é reconhecido mundo do pesquisador, suas concepções sobre a realidade e a na- tureza humana, estão intimamente articuladas à escolha da metodo- este mérito de Beauvoir, mas a crítica da sua obra está em sua des- logia adequada para descrevê-la e compreendê-la.(14) valorização da reprodução como algo incoerente com a possibilida- Reportando-nos à natureza do objeto estudado e ao objetivo de de criação e de valor, como se a solução para a igualdade entre desta pesquisa, consideramos pertinente a opção por uma aborda- os gêneros estivesse na eliminação desta especificidade.
gem qualitativa tendo em vista que: o contexto da cena cultural será Para Desser(11) a teoria feminista que veio depois tenta levar este considerado parte da pesquisa,(15-17) e não serão delimitadas hipó- desafio de pensar o conteúdo cultural da identidade feminina sem suprimir a subjetividade. Os estudos feministas, principalmente nas Por outro lado, adotamos alguns critérios preconizados por Ro- ciências sociais e culturais, fazem um esforço teórico para valorizar as características femininas numa leitura de mulheres, já que, até então, 1º - "O estudo de campo é um lugar de aprendizagem con- estas foram distorcidas por uma visão masculina. Nesta fase, agres- - Rev Min Enf jul/dez 1998; 2(2):57-61
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2º - O pesquisador deve estar sempre próximo às intera- gia teórico-metodológica para descobrir os símbolos de uma cultura e compreender suas relações dentro de um complexo sistema de 3º - A abordagem e a análise dos dados devem ser intera- gentes, isto é, o pesquisador não parte para o campo com idéias pré-concebidas, ou com uma série de hipóteses já Summary
estabelecidas; ao contrário, o acúmulo de conhecimento The objective of this study is to contribute for a theoretical
4º - É importante focalizar a atenção nas formas de expres- and methodological reflection about induced abortion in ado-
são e na linguagem, porque é através delas que se tem lescents. The author presents a bibliographic review as well
acesso ao universo simbólico."(13:111) as the epidemiological data. It shows the adequacy as well as
Definindo cultura como o conhecimento que as pessoas apren- a theoretical and methodological strategy for analysis.
deram enquanto membros de um grupo, Spradley(19) aponta a rela- ção desse conceito com a teoria do interacionismo simbólico, "a teo- Key-words: Induced abortion, Adolescence, Cultural Anthro-
ria que busca explicar o comportamento humano em termos de sig- Para Blumer(20) o interacionismo simbólico possui três premissas Resumen
1- os seres humanos agem com base no significado que as coi- El articulo tiene el propósito de contribuir para la reflexión sas têm para eles, incluindo objetos físicos, seres humanos, ins- sobre el aborto provocado en adolescentes, bajo una visión tituições, atividades, situações do cotidiano, entre outros; teórico-metodológica. Presenta una revesión bibliografica y 2- o significado das coisas é derivado das interações sociais, ou datos epidemiologicos sobre el tema. Apunta la propriedad seja, o significado das coisas é um produto social; de la etnografia como estrategia teórico-metodologica para 3- os significados das coisas são tratados e modificados através de um processo interpretativo nas interações dos seres huma- nos com eles próprios e com os outros.
Unitermos: Aborto Inducido; Adolescencia; Antroplogia
O interacionismo simbólico, na ótica de Blumer(20) está funda- mentado em algumas concepções básicas referentes a grupos hu- manos ou sociedades, interação social, objetos, seres humanos en- Referências Bibliográficas
quanto atores e ação humana. Segundo o autor, essas concepções básicas representam a perspectiva do interacionismo simbólico rela- 1 - Barbosa RM, Arilha M. A experiência brasileira com o Cytotec. São Pau- tiva à sociedade e à conduta humana.
Para Germain(21) o objetivo da etnografia é descobrir o conheci- 2 - Costa AM. Direitos reprodutivos, riscos e encruzilhadas. Brasília, 1993.
mento cultural que as pessoas usam para organizar seus conheci- mentos e interpretar suas experiências.
3 - Tanaka AC. Situação da mortalidade materna no Brasil. In: Anais do Sim- Da mesma forma Mackenzie(22) afirma que o etnógrafo busca pósio Brasileiro sobre Prevenção da Mortalidade Materna com ênfase da compreender os significados que as pessoas dão às várias situa- gravidez adolescência. São Paulo: USP; 1992. (Cadernos da Faculdade Assim, o objetivo da etnografia é descrever os modos de vida, os comportamentos manifestos e explícitos e os valores de um gru- 4 - Chipkevitch E. Puberdade e adolescência: aspectos biológicos, clínicos e po social a partir de um cenário natural.
psicossociais. In: Tratado da adolescência. São Paulo: Roca, 1994: 500- Assim, optamos por realizar um estudo etnográfico através de trabalho de campo, uma vez que é adequado para compreender a 5 - Barchifontaine CP. Considerações psicossociais sobre o aborto provoca- complexidade dos fenômenos culturais, sob a perspectiva das ado- do. (Dissertação de mestrado) São Paulo: Faculdade São Camilo de Ad- lescente que vivenciam essa experiência.
Buscaremos compreender o universo simbólico compartilhado 6 - Portella A P. Aborto: uma abordagem da conjuntura nacional e internacio- pelas meninas que vivenciam a experiência de provocar o aborto, através de uma estratégia metodológica adequada para descrever 7 - Hurst J. A história das idéias sobre o aborto na Igreja católica. Montividéu: Católicas pelo Direito a Decidir; 1992.
Na ótica de Spradley,(23) a etnografia é o trabalho de descrição 8 - Del Priore MLM. A árvore e o fruto - um breve ensaio histórico sobre o de uma cultura a partir da visão de mundo do nativo dessa cultura.
aborto. Rev Bioética Cons Fed Med, Brasília, 1994; 2 (1): 21-6 Assim, a etnografia busca a compreensão do significado de ações e 9 - Barsted LL. Legalização e discriminalização do aborto no Brasil- 10 anos eventos para os participantes, significados esses expressos através de luta feminista. Rev Est Femin UFRJ, Rio de Janeiro, 1992; da linguagem ou indiretamente através de ações, constituindo-se 10 - ONU. Plataforma de Beijing 95. Um instrumento de ação para as mulhe- num sistema de significados complexos. Esse sistema de significa- res. Santiago do Chile: Coordenação Sub-Regional Cone Sul de ONGs dos constitui a cultura. O autor situa a etnografia como uma estraté- - Rev Min Enf jul/dez 1998; 2(2):57-61
ABORTO PROVOCADO COMO OBJETO DE ESTUDO EM ANTROPOLOGIA DA SAÚDE
11- Desser NA. Adolescência, sexualidade e culpa. Brasília: Ed. Rosa dos 22 - Mackenzie AE. Learning from experience in the community: an ethno- graphic study od district nurse students. J Adv Nurs 1992; 17(6): 682- 12 - Beauvoir S. O Segundo sexo. São Paulo: DIFEL; 1962.
13 - Rodrigues SB. O chefinho, o telefone e "O BODE": autoritarismo e mu- 23 - Spradley J. The ethnographic interview. New York: Holt Rinehart & dança cultural no setor de telecomunicações. (Tese, Titular). Belo Horizon- te: Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas 14 - Peixoto MRB. A prioridade, o isolamento e as emoções: estudo etnográ- fico do processo de socialização em um centro de tratamento intensivo.
(Tese Doutorado) São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de 15 - Field PA, Morse JM. Nursing research: the application of qualitative ap- 16 - Andre MEDA. A abordagem etnográfica: uma nova perspectiva na avalia- ção educacional. Tecnol Educ 1978; (24): 8 –21 17 - Triviños ANS. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qua- litativa em educação. São Paulo: Atlas; 1987.
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Source: http://www.reme.org.br/exportar-pdf/851/v2n2a02.pdf

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