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I Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
O CAFÉ PODE SER BOM PARA A SAÚDE 1. INTRODUÇÃO
As mentes comuns estão sempre preocupadas e fascinadas pelas
coisas extraordinárias. Apenas as mentes extraordinárias se preocupam eficam fascinadas com as coisas comuns. Todas as pessoas querem serextraordinárias. Poucas se contentam em serem comuns. Ser comum e serfeliz é o primeiro passo para vir a ser alguém extraordinário. A maioria daspessoas se preocupa bastante com as doenças mas poucas se preocupamcom a boa saúde, algo comum. E com diversas coisas comuns da vida. Como dormir, acordar, tomar café, pensar.Na época dos descobrimentos,o médico escocês JAMES LIND descobriu a maneira de combater oescorbuto ao observar uma coisa comum, que o uso diário de suco de frutasprevenia a doença. EDWARD JENNER desenvolveu a vacina a partir daobservação de algo comum em ordenhadoras de vacas, a proteção naturalcontra a varíola. SIGMUND FREUD desenvolveu a psicanálise a partir decoisas comuns, como o sono, os sonhos e o desejo sexual. ALEXANDERFLEMING descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina, a partir daobservação de algo comum, a contaminação por fungos de seu material depesquisa. JESUS CRISTO,um homem extraordinário, teve uma origemsimples e pregava coisas comuns: o amor entre os homens e a fé em Deus. Enquanto a ciência traz ao homem conhecimento, a religião traz paz - duascoisas comuns mas de um valor extraordinário. Poucas são as pessoas quesabem qual seu verdadeiro Q.I. (Quociente de Inteligência) e seu potencialintelectual, porque acham que pensar é algo extremamente comum. Muitaspessoas usam de forma incompleta e mesmo sonolenta seus cérebros. Aansiedade, a depressão, o tabagismo e o alcoolismo são problemas comuns
1 Médico, PhD, Professor de Farmacologia Clínica e História da Medicina, Instituto de Neurologia “ Deolindo
Couto”, UFRJ, R. Venceslau Brás, 95, Botafogo, Rio de Janeiro, CEP 22290-140, Tel: (21) 2295-9794. E-mail: [email protected]
e ao mesmo tempo de extraordinária repercussão social. Poucas pessoassabem porque tomam café logo ao despertar ou junto com um cigarro,diariamente, durante quase toda vida e nem procuram entender porque ocafé é a bebida mais consumida no mundo. Porque o café é uma bebidabastante comum. Mas resultados de mais de dez anos de pesquisas em maisde 15.000 pessoas voluntárias normais e pacientes sobre o Q.I., memória,atenção, concentração, performance escolar e profissional, sono, humor,ansiedade, depressão e índice de suicídio e sua relação com hábitos diárioscomuns como as horas de sono, as horas de estudo e de trabalho, horas delazer e o consumo de café, álcool e tabaco trazem luzes a estas coisascomuns, mas importantes. Os achados do PROJETO CÉREBRO, CAFÉ &DROGAS desenvolvido por um grupo de cientistas da Universidade Federaldo Rio de Janeiro, a partir de 1986 , liderados pelos Professores DarcyRoberto Lima, Ph.D. em Medicina pela Universidade de Londres, Inglaterra,evidenciam que o consumo diário e moderado de café - 4 xícaras diárias - ébenéfico ao cérebro , tanto em sua atividade intelectual como no estado dohumor. O café, através da cafeína, estimula o sistema normal de vigília,aumentando a atenção, concentração e memória, melhorando a atividadeintelectual normal. Mas o café, além da cafeína, possui substâncias – acidosclorogênicos - que formam vários compostos durante a sua torra, sendoque pelo menos um deles – o ácido feruloilquínico (FQA) - atua nas célulasnervosas com uma ação antagonista opióide e seu consumo pode até bloquearo desejo de auto-gratificação que leva o indivíduo a consumir drogas. Osresultados inéditos explicam porque a humanidade escolheu esta planta comobebida matinal para consumo logo ao acordar e para se manter desperta eativa durante o dia. Mas em excesso tudo pode fazer mal.até o amor. Estesestudos levaram a criação do Institute for Coffee Studies na Universidadede Vanderbilt, Nashville, TN, a melhor e mais importante universidade naatualidade na área de pesquisas sobre dependência química e farmacologiaclinica.
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2. O CAFÉ PODE SER BOM PARA A SAÚDE
A maioria das pessoas que toma café diariamente ignora quais são
as substâncias que estão presentes no café e pensa que o café contém apenas ou principalmente cafeína. Grande engano. O café possui apenas 1 a 2,5% de cafeína e diversas outras substâncias em maior quantidade. E estas outras substâncias podem até ser mais importantes do que a cafeína para o organismo humano. O café possui além de uma grande variedade de minerais como potássio(K), magnésio (Mg), cálcio (Ca), sódio (Na), ferro (Fe), manganês (Mn), rubídio (Rb), zinco (Zn), Cobre (Cu), estrôncio (Sr), cromo (Cr), vanádio (V), bário (Ba), níquel (Ni), cobalto (Co), chumbo (Pb), molibdênio (Mo), titânio (Ti) e cádmio (Cd); aminoácidos como alanina, arginina, asparagina, cisteína, ácido glutâmico, glicina, histidina, isoleucina, lisina,metionina, fenilalanina, prolina, serina, treonina, tirosina, valina; lipídeos como triglicerídeos e ácidos graxos livres, açúcares como sucrose, glicose, frutose, arabinose, galactose, maltose e polissacarídeos. Adicionalmente o café também possui uma vitamina do complexo B, a niacina (vitamina PP ou Pelagra Preventing do inglês) e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos, na proporção de 7 a 10 %, isto é, 3 a 5 vezes mais que a cafeína. Apenas a cafeína é termo-estável, isto é, não é destruída com a torrefação excessiva. As demais substâncias, como aminoácidos, açúcares, lipídeos, niacina e os ácidos clorogênicos, são preservadas, formadas ou mesmo destruídas durante o processo de torra. O café com a torra ideal é aquele que possui a cor marron, tipo chocolate (marron claro ou marron escuro). O café preto, torrado excessivamente, possui apenas a cafeína e uma grande quantidade de cinzas, contrariando a frase de que o café bom é aquele preto como o carvão, quente como o inferno e doce como o amor. Valem apenas as duas últimas afirmativas, conforme o Quadro 1. Quadro 1- Substâncias presentes no café (conforme torra).
(pigmentos, cinzas, etc.) - depende da torra
O ALIMENTO CAFÉ
O café na realidade é um rico alimento, com minerais, açúcares,
gorduras, aminoácidos e pelo menos uma vitamina do complexo B (vitamina PP). Mas é ao mesmo tempo uma planta medicinal com substâncias benéficas para o funcionamento do cérebro humano, como a cafeína e os ácidos clorogênicos. A cafeína estimula o sistema de vigília do cérebro humano, aumentando a capacidade de atenção, concentração e memória, sendo. Por isto uma bebida para ser tomada durante o dia, logo após o acordar. Como os níveis e os efeitos da cafeína no sangue duram entre 2 a 4 horas, a dose ideal de café parece ser de 4 xícaras ao dia, tomadas na dose e no horário conforme o quadro a seguir. O café pode ser tomado puro ou com leite, o que apenas aumentaria seu valor nutritivo, algo importante para crianças e idosos, conforme o Quadro 2. Quadro 2- Dose ideal de café para consumo diário*.
* Uma xícara grande possui 150 ml enquanto que uma xicrinha (cafezinho) possui 50 ml e
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CAFEÍNA NÃO POSSUI RISCOS EM DOSES MODERADAS
As críticas ao consumo de cafeína em quantidades moderadas são
total e completamente infundadas, mas ainda arraigadas ao limitadoconhecimento de pessoas desinformadas. Em quantidades moderadas - oequivalente a 400-500 mg/dia - dose de 4-5 xícaras - a cafeína não éprejudicial à saúde humana, desde a gestação até o final da vida. Aadministração aguda de cafeína causa um aumento modesto da pressãosangüínea arterial, dos níveis de catecolaminas, da atividade de reninaplasmática, dos níveis de ácidos graxos livres, da produção de urina e dasecreção gástrica. Ela altera o espectro eletroencefalográfico, o humor e opadrão do sono em voluntários normais. O consumo crônico de cafeína nãopossui efeitos na pressão sangüínea , nos níveis plasmáticos decatecolaminas, na atividade de renina plasmática, na concentração decolesterol no soro, nos níveis de glicose no sangue ou na produção deurina. A cafeína não está associada com o infarto do miocárdio, nem com ocâncer do trato genitourinário inferior ou do pâncreas; com teratogenicidadeou doença fibrocística da mama. O papel da cafeína na produção de arritmiascardíacas ou de úlcera gástrica ou duodenal em pessoas normais tambémnão foi confirmado, não havendo evidências de que a cafeína seja prejudicialao ser humano sadio. Apesar do consumo de café e chá ser antigo, aspesquisas que avaliam os efeitos do café no homem são recentes. Cerca deuma centena de produtos químicos foi identificada no café, sendo algumas,como o ácido clorogênico, até mais abundantes que a cafeína. A cafeína é oelemento do café mais estudado até o momento e o principal responsávelpelas propriedades estimulantes que deram a popularidade à bebida. EFEITOS DA CAFEÍNA
A cafeína exerce seus efeitos farmacológicos principalmente pelo
seu efeito através do antagonismo dos receptores de adenosina. A cafeínapossui dois mecanismos de ação no organismo humano: antagoniza osreceptores de adenosina, o neurotransmissor dos neurônios purinérgicos,e
também inibe a enzima fosfodiesterase, a responsável pela destruição domediador químico intracelular denominado adenosina monofosfato cíclico(AMP-cíclico), o que causa um aumento do AMP cíclico intracelular. Essesefeitos nas membranas e no interior das células determinam alterações nomovimento do cálcio intracelular, o principal íon envolvido no processo decontração das fibras musculares. Talvez alterações iônicas semelhantesocorram nas células nervosas e glandulares, onde a cafeína possui um efeitoestimulante. A cafeína pode também inibir ou reduzir a captaçãoextraneuronal de catecolaminas. A cafeína também pode ter outrosmecanismos de ação. Quando as xantinas como cafeína, teofilina eteobromina são administradas pela via oral, a cafeína é a mais rapidamenteabsorvida. Mais de 99% de uma dose oral de cafeína são absorvidos, comconcentrações plasmáticas máximas atingidas em 15 a 45 minutos. Umadose de 250mg determina concentrações plasmáticas entre 5 e 25mcg/mL. Após entrar na corrente sangüínea, a cafeína é distribuída a todas as célulasdo organismo, onde penetra livremente. Atravessa a placenta em gestantese está presente no leite materno em lactentes que fazem uso de bebidas quea contém. Uma pequena parcela da cafeína circulante no sangue liga-se àsproteínas plasmáticas, que atuam como uma forma de depósito da substância. A medida que a cafeína das células vai sendo destruída pelo organismo eeliminada, a cafeína ligada às proteínas é liberada para suprir a quantidadeeliminada, até a sua completa excreção do organismo. A principal rota deeliminação da cafeína e das demais metilxantinas é o fígado. Nas célulashepáticas a cafeína é transformada em dois metabólitos principais, o ácido1-metil-úrico e a 1-metil-xantina. Também são formadas pequenasquantidades do ácido 1,3-dimetil-úrico , a 7-metil-xantina e a 1,7-dimetilxantina. Esses metabólitos, juntamente com uma pequenina parcelade cafeína intacta, são excretados pela urina. O fígado leva um certo tempopara metabolizar a cafeína. O tempo gasto para degradar 50% da quantidadeexistente no organismo é denominado meia-vida ,cujo símbolo é t 1/2. Emuma meia vida são eliminados 50% da quantidade de cafeína do organismo,permanecendo 50%. Em outra meia vida são eliminados outros 50% doremanescente (25%), persistindo 25%. Na terceira meia-vida são eliminadosoutros 50% do que ficou no organismo (12,5%) e na quarta meia vida éeliminado outro tanto (6,25%). Após 4 a 5 meias vidas a cafeína terá sidoquase que completamente eliminada do organismo (50% + 25% + 12,5% +
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6,25% + 3,125% ). A meia vida da cafeína apresenta uma grande variaçãoindividual, oscilando entre 3 e 7,5 horas em indivíduos normais. Ometabolismo da cafeína pode ser modificado por uma grande número defatores. Pode ser estimulado pelo próprio tabagismo , o que faz com que acafeína seja mais rapidamente eliminada, levando a um aumento do consumode café pelo fumante. É mais rápido em crianças, onde a meia-vida é emtorno de 3,5 horas. Diminui em gestantes, onde pode haver uma meia-vidamaior, em torno de 10 a 15 horas. Logo, a gestante metaboliza maislentamente a cafeína, sendo mais suscetível aos seus efeitos. O uso deanticoncepcionais orais que contêm estrógenos e progesterona tambémdiminui a metabolização hepática da teofilina, aumentando sua meia vida etornando a mulher mais sensível à ingestão de grandes quantidades de café. Doenças do fígado como cirrose e do coração, como insuficiência cardíacatambém levam à menor metabolização da cafeína e a uma maior meia-vida. Adicionalmente pessoas desnutridas possuem um metabolismo prejudicadoda cafeína, com uma meia-vida maior. Por esse motivo, enquanto pessoasdesnutridas, com doenças hepáticas ou cardíacas, mulheres que fazem usode anticoncepcionais e gestantes podem apresentar menor tolerância àingestão de quantidades regulares de café, um fumante crônico pode toleraruma grande quantidade. EFEITOS CARDIOVASCULARES
A cafeína pode exercer uma série de efeitos sobre o sistema
cardiovascular, dependendo da quantidade ingerida e se o uso é feito poruma pessoa que não está acostumada a ingerir diariamente essas bebidas. Amanifestação será diferente do que em uma pessoa habituada ao consumode bebidas com cafeína. A ingestão de 250mg de cafeína, equivalente aduas a três xícaras de um café forte, por uma pessoa que não faz uso regularda bebida, causa aumento da freqüência cardíaca, podendo haver palpitaçõesdevido a extrassístoles e aumento da pressão sangüínea arterial. Em algumaspessoas, pequenas doses de cafeína podem até mesmo causar uma diminuiçãoda freqüência cardíaca, devido um estímulo no sistema nervoso central,que, reflexamente, baixa a freqüência cardíaca. Algumas pessoas podem
ser bastante sensíveis e apresentar um grande mal estar após a ingestão deum café forte. Ao mesmo tempo, a cafeína causa uma vasodilatação eaumento do fluxo sangüíneo tecidual, incluindo as coronárias e o fluxosangüíneo coronariano. Os vasos sangüíneos cerebrais, por sua vez,apresentam diminuição de calibre, com aumento de sua resistência àpassagem do sangue. Essa propriedade de contrair os vasos cerebrais justificao emprego da cafeína no tratamento de crises de enxaqueca, onde avasodilatação existente é responsável pelo quadro, e é combatida pelacafeína. O uso regular da bebida, por um período curto de quatro a setedias, já muda a resposta do organismo aos efeitos da cafeína. Desenvolve-se uma tolerância, e o uso prolongado não causa mais qualquer tipo dealteração na pressão sangüínea, freqüência cardíaca, níveis de renina ouadrenalina ou fluxo de sangue nos tecidos. Não existem evidências de queo uso de bebidas que contém baixo ou alto teor de cafeína possa trazerqualquer tipo de prejuízo ao sistema cardiovascular de pessoas normais oumesmo a pessoas com doenças cardiovasculares, no seu uso crônico. Pesquisas realizadas num período de 12 anos no Estados Unidos, oFramingham Study, mostraram não haver nenhuma relação entre o consumode café e doenças do coração ou das coronárias como angina do peito, infartodo miocárdio, morte repentina ou qualquer tipo de problema. O sistemaorgânico se adapta rapidamente aos efeitos da cafeína depois que a pessoatoma diariamente a mesma dose durante uma semana. Deve existir cautelaentretanto, em pessoas não habituadas à ingestão de bebidas com alto teorde cafeína e portadoras de hipertensão arterial ou que estejam em tratamentodevido a cardiopatia isquêmica, com crises de angina, pois a taquicardiaque uma dose elevada causa pode ser prejudicial para este grupo de pacientes. A ingestão lenta e gradativa de bebidas com baixo teor de cafeína podelevar ao desenvolvimento de tolerância nessas pessoas, as quais podem,num curto período de tempo, tornar-se resistentes aos efeitos taquicardizantesda cafeína. Parece pouco provável que o consumo diário de cafeína possaalterar de forma significativa o debito cardíaco ou o volume sistólico. EFEITOS RESPIRATÓRIOS
A cafeína possui dois efeitos importantes no sistema respiratório:
estimula os neurônios do centro respiratório, aumentando , embora
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discretamente, a freqüência e a intensidade da respiração, e possui umpoderoso efeito broncodilatador. Essas propriedades evidenciam a utilidadedo consumo regular de bebidas contendo cafeína, particularmente o café,por pacientes asmáticos. Pacientes fumantes sem anormalidades pulmonaresbem como pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônicaapresentam, além do efeito broncodilatador, um aumento da ventilaçãoalveolar. EFEITOS METABÓLICOS
A cafeína possui uma série de efeitos sobre o metabolismo humano,
regulado pelo sistema endócrino. A cafeína estimula a produção de calorpelo organismo humano - efeito termogênico -, havendo evidências de quepossa ter algum efeito benéfico para o emagrecimento de pessoas obesas,quando ingerida junto com as refeições. Em doses em torno de 250 a 300mg, há um aumento do metabolismo em tanto em pessoas normais comoem obesos, em condições agudas. O consumo de doses menores tambémpode exercer um efeito mais discreto, sendo necessário entretanto um estudomais completo e definitivo, para uma confirmação inequívoca da realutilidade da ingestão regular de bebidas com cafeína, para estimular oemagrecimento de pessoas obesas. Em pessoas que não fazem uso regularde bebidas contendo cafeína, a ingestão aguda causa um aumento dos níveisde glicose no sangue, algo que não ocorre em pessoas saudáveis e que fazemuso crônico da substância. Este efeito é mais evidente em pessoas obesas enaquelas com diabetes mellitus. A cafeína causa um aumento importantenos níveis de ácidos graxos livres no sangue, tanto em pessoas que nãobebem regularmente estas bebidas, como nos usuários crônicos. Este efeitoocorre devido uma liberação das gorduras de seus depósitos - lipólise -,muito provavelmente em conseqüência de sua ação antagonizando os efeitosda adenosina no tecido adiposo. A cafeína não possui qualquer efeito sobreos níveis de colesterol no sangue, não causando seu aumento na ingestãoaguda ou crônica destas bebidas. O consumo de bebidas com cafeína poruma pessoa que não faz uso regular da mesma , pode causar um aumentodos níveis de alguns hormônios , como a renina , as catecolaminas e mesmo
insulina e o hormônio da paratireóide. Estes efeitos entretanto não corremna pessoa que faz uso regular da substância, pois ocorre uma adaptação doorganismo, não mais ocorrendo estes aumentos. Mesmo na ingestão aguda,este aumento dos níveis de alguns hormônios não é prejudicial para pessoasnormais, devendo haver entretanto cautela em pessoas com hipertensãoarterial grave, com angina de peito e com diabetes mellitus , e que nuncatomaram bebidas com alto teor de cafeína, pois um aumento agudo dapressão, ou da freqüência cardíaca ou dos níveis de glicose podem serprejudiciais. Não há evidências de que a cafeína tenha alguma utilidade emalguma doença endócrina ou que seu uso regular possa trazer algum prejuízoa uma pessoa que tenha alguma destas doenças. Apenas seu uso agudo emdoses elevadas é que deve ser evitado em diabéticos, sendo necessária arealização de pesquisas para avaliar a utilidade ou não do uso regular decafé, com as refeições, para impedir ou mesmo combater a obesidade, umproblema comum na atualidade e de difícil tratamento. EFEITOS GASTROINTESTINAIS
A cafeína estimula a secreção gástrica de ácido clorídrico e da
enzima pepsina no ser humano, em doses a partir de 250 mg a 500 mg, oequivalente a duas a quatro xícaras de café forte. Este efeito pode sercompletamente inibido por remédios usados no tratamento da úlcera péptica,como a cimetidina ou a ranetidina.A cafeína atua diretamente nas célulasda mucosa gástrica. Entretanto, também constatou-se que bebidas dequalquer tipo, incluindo o café descafeinado , também causam umaestimulação da secreção gástrica igual ou mesmo mais poderosa do que acafeína. Logo, em pacientes com úlcera péptica , não apenas a cafeína, mastodo e qualquer tipo de bebida oriunda destes grãos (Cola, Coffea, etc.),devem ser evitados. Caso o paciente esteja em tratamento com medicamentosantiulcerosos, como a cimetidina, ranetidina ou misoprostol, pode haverproteção contra a estimulação gástrica, podendo estas bebidas seremconsumidas ocasionalmente. Por medida de segurança, convém entretantoevitar o seu consumo diário e permanente, particularmente em pacientescom úlcera duodenal. Deve ser enfatizado entretanto que esta associação
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direta entre a ingestão de bebidas com ou sem cafeína e um possível maiorrisco de úlcera péptica ainda não foi definitivamente investigada eesclarecida, através de pesquisas clínicas convincentes. EFEITOS RENAIS
A ingestão aguda de cafeína produz um moderado aumento no
volume de urina e na excreção urinária de sódio no ser humano, atuandonos túbulos renais, onde causa uma diminuição da reabsorção de sódio eágua. O consumo regular de bebidas com cafeína causa uma tolerância aesses efeitos, que se tornam cada vez mais fracos até desaparecerem quaseque completamente no usuário crônico da substância. EFEITOS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
A cafeína é um poderoso estimulante do sistema nervoso central.
Quando um indivíduo ingere uma bebida contendo uma quantidade adequadade cafeína, sente-se menos cansado, menor sonolência, menor fadiga e umaatividade intelectual mas rápida e vívida. Esta quantidade eqüivale ate 500mg de cafeína, o conteúdo de quatro a cinco xícaras de café. A vigília éestimulada bem como os reflexos mais simples, enquanto que tarefas queenvolvam uma coordenação motora mais delicada podem permanecerinalterados ou serem levemente prejudicados. É possível detectar-se o efeitoestimulante da cafeína através do eletroencefalograma. Funções visuais eauditivas também podem ser modificadas, ficando intensificadas. A cafeínatambém interfere nos estágios normais do sono normal, promovendo umaumento da fase 2 e uma diminuição das fases 3 e 4, bem como causa umaumento do tempo da etapa do sono caracterizada pelos movimentos ocularesrápidos (REM de “Rapid Eye Movements” do inglês). Estes efeitos sãoproporcionais à dose total administrada, isto é, mais intensos com grandesquantidades de cafeína. Ocorre também uma estimulação dos neurônios docentro respiratório, os quais ficam mais sensíveis ao gás carbônico. Há um
aumento da freqüência e intensidade da respiração, um efeito caracterizadocomo bastante útil no tratamento de apnéia em crianças prematuras e nadepressão respiratória por medicamentos como morfina e heroína. Existeentretanto uma grande variação individual na resposta do sistema nervosocentral aos efeitos da cafeína. Embora o café seja uma bebida diurna, muitaspessoas que tomam café ocasionalmente podem apresentar efeitos diferentesdaqueles que tomam diariamente, particularmente se tomado a noite. Noconsumo diário é comum o aparecimento de tolerância aos efeitos da cafeína. Algumas pessoas possuem uma grande sensibilidade a cafeína e apresentamuma estimulação exagerada após seu uso. Outras apresentam até mesmouma resposta diferente, como aqueles que somente conseguem dormir apósa ingestão de um café bem forte e quente. O estado emocional também éalterado pela ingestão de cafeína. Inicialmente ocorre uma maior estado dealerta e atenção, seguindo-se uma sensação de ansiedade ou mesmo franconervosismo e sensações desagradáveis. Os efeitos indesejáveis são maiscomuns em pessoas que não bebem bebidas com cafeína ou que fazem umuso esporádico e intermitente, enquanto que o usuário crônico de caféapresenta quase sempre efeitos agradáveis. Uma maior capacidadeintelectual e uma melhor associação das idéias é um efeito observado nobebedor crônico de café, podendo até mesmo haver estimulação dacapacidade e velocidade de ler , sem aumento na ocorrência de erros deleitura. Estudos mais modernos descobriram que a cafeína age diretamenteem células ligadas ao estado de ânimo das pessoas. Quando um indivíduofica aborrecido, algumas substâncias químicas neurotransmissoras, como aadenosina, são liberadas e estimulam receptores das células do humor. Acafeína bloqueia estes receptores no cérebro, impedindo-as de agir, deixandoa pessoa bem-humorada. A cafeína pode interagir fracamente com receptoresbenzodiazepínicos do cérebro e liberar a endorfina, um outro importanteneurotransmissor do sistema nervoso central. Grandes doses de cafeínaproduzem ansiedade e sintomas idênticos aos de uma neurose de ansiedade,incluindo insônia, cefaléia, irritabilidade, tremores, náuseas e diarréia. Asensibilidade a estes efeitos varia entre as pessoas, dependendo da tolerância, grau de absorção e metabolização da cafeína, da idade , características dapersonalidade e fatores psicológicos do momento. Pessoas com alteraçõespsiquiátricos tipo reações de pânico, esquizofrenia e sintomas maníaco-depressivos são mais sensíveis aos efeitos indesejáveis da cafeína.
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USOS TERAPÊUTICOS
Muitos usos terapêuticos para a cafeína tem sido propostos, como
para a inseminação artificial no caso de espermatozóides hipocinéticos,disfunção cerebral mínima, síndrome de Parkinson, dermatite atópica eapnéia neonatal. Apesar de um grande número de pesquisas a favor oucontra o uso de cafeína na inseminação artificial, parece que a cafeína nãose constitui num método apropriado para aumentar a motilidade deespermatozóides na inseminação artificial. O mesmo é válido para adisfunção cerebral mínima, onde a maioria dos estudos é falha em demonstraruma eficácia da cafeína no tratamento da disfunção cerebral mínima. Também parece ser duvidosa a eficácia da cafeína no tratamento doparkinsonismo idiopático. A possível ação antineoplásica da cafeínanecessita de pesquisas adicionais, pois a cafeína poderia ter uma papelprotegendo fumantes contra o câncer de pulmão. A cafeína pode ser dealgum benefício no tratamento da dermatite atópica. Mas a aplicaçãoterapêutica para a qual a cafeína possui seu maior potencial é no tratamentoda apnéia respiratória neonatal. EFEITOS TÓXICOS DA CAFEÍNA
Um grande número de trabalhos já foram feitos, inicialmente
incriminando, mas na atualidade está bem caracterizado que apenas oconsumo de uma dose superior a seis (6) xícaras diárias pode aumentar emduas vezes o risco de infarto do miocárdio, apesar de existirem outrostrabalhos que sugerem não haver nenhuma relação entre o consumo de cafée problemas cardíacos. A maioria dos autores modernos contesta as pesquisasculpando o café como um vilão para o coração favorecendo o aparecimentodo infarto do miocárdio e esta plenamente justificada a conclusão de que oconsumo de até 4 xícaras diárias de café NÃO é um fator de risco paraproblemas cardiovasculares.
Devido ao grande consumo de bebidas com cafeína e à ocorrência
crescente de alguns tipos de câncer, chegou-se a pensar no passado queessa substância pudesse ser incluída na lista de produtos cancerígenos. Nadécada passada, a cafeína foi vinculada a uma maior ocorrência de câncerdas vias urinárias inferiores, como câncer renal ou da bexiga. Outros estudoslevantaram a suspeita de que o consumo de bebidas com cafeína poderiaser responsável pelo aparecimento do câncer de pâncreas. Entretanto, foiconfirmado mais tarde que todos os estudos incriminadores da cafeína eraminadequados, incompletos e insatisfatórios, não sendo possível, naatualidade, atribuir relação alguma entre a ocorrência de qualquer tipo decâncer e a ingestão de bebidas que contém cafeína, devido à realizaçãorecente de estudos mais criteriosos, onde foram evidenciados a totalsegurança e ausência de riscos para o consumidor de cafeína e um possíveltemor de desenvolver qualquer tipo de câncer.
Uma extensa revisão da literatura permite afirmar de forma definitiva
que NÃO existem bases científicas para associar o consumo de cafeínacom a doença fibrocística da mama, apesar da ignorância de muitas pessoasainda aceitarem este equívoco como verdadeiro.
Também não existem evidências de que o consumo regular de
bebidas com cafeína possam causar diretamente qualquer problema oudoença gastrointestinal, como úlcera gástrica ou duodenal. Entretanto, pelasua ação estimulante da secreção ácida e de pepsina no estômago, o consumoexagerado de cafeína deve ser evitado por pacientes portadores de úlcerapéptica. Mas o café consumido por pessoas normais NÃO causa doençasdigestivas como úlcera, gastrite ou outras.
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O consumo moderado de cafeína não causa osteoporose em idosos
nem aumenta o risco de fraturas. Denúncias iniciais levantaram a suspeitade que o consumo de cafeína pudesse ser responsável por uma maiorincidência de osteoporose e fraturas em idosos, mas diversas pesquisasmodernas esclareceram esta dúvida inicial. O risco de fratura do quadrilapresenta uma modesta relação com o consumo de doses elevadas de cafeína,superiores a duas a três xícaras diárias em alguns estudos enquanto queoutros concluem que não existe relação entre o consumo de cálcio, leitefósforo, proteínas, vitamina C e cafeína e fraturas do quadril. Tambémconcluem que exercícios recreacionais na infância e adolescência parecemajudar a proteger contra este tipo de fratura. A menopausa esta associada auma diminuição da densidade óssea e osteoporose, que pode ser agravadapelo tabagismo, pois este diminui a absorção de cálcio. O consumo moderadode cafeína não possui relação com o problema, mas o consumo exageradode cafeína deve ser evitado por pessoas idosas e mulheres na menopausa,isto é, de doses acima de 450 mg diários de cafeína pode influir na ocorrênciade osteoporose, mas apenas nas mulheres que consomem uma quantidadeinferior a 800 mg de cálcio na dieta . A falta de consumo diário de leitepode estar relacionada a uma maior incidência de osteoporose em idosos,algo que pode até ser prevenido com duas a três xícaras diárias de café comleite.
Estudos criteriosos efetuados em nossa década caracterizaram
também a segurança do consumo de café por gestantes em relação a umpossível risco de malformações. Embora houvesse, no passado, suspeita deque o consumo de café por gestantes pudesse levar ao nascimento de criançasde baixo peso, investigações criteriosas subseqüentes não evidenciaram aexistência desse risco, nem de qualquer tipo de problema, como lábioleporino, defeitos cardíacos, hérnia inguinal ou anormalidades do sistemanervoso. É possível afirmar que o uso de doses moderadas e regulares decafé na gestação não traz qualquer tipo de prejuízo para a saúde da mãe oudo feto.
Existe na história do homem um número insignificante de casos de
intoxicação por cafeína, particularmente considerando-se o volume de seuconsumo mundial. São raríssimos os casos relatados na literatura médicainternacional , o que caracteriza a grande segurança dessa substância aosseus consumidores. Entretanto alguns óbitos foram relatados após o usoendovenoso e oral de cafeína, bem como após a administração intra-retalde café. A dose capaz de causar a morte de um ser humano adulto é emtorno de 5 a 10 g, o conteúdo de cerca de 50 a 100 xícaras de café (média de75 xícaras),100 a 150 xícaras de chá (média de 125 xícaras ) ou mais de 200garrafas de uma bebida do tipo cola. As principais manifestações são vômitosintensos e convulsões, sucedendo-se o coma e a morte. Sinais de intoxicaçãoentretanto podem ocorrer no uso de doses menores, em torno de 1g,correspondente a ingestão de 20 a 50 xícaras de café, de uma só vez, poruma pessoa pouco habituada ao seu uso diário. Alguns indivíduosdesenvolvem uma grande tolerância devido ao consumo diário e importantede café e só apresentam sinais de intoxicação com doses muito mais elevadas. As principais manifestações ocorrem no sistema nervoso central ecardiovascular. Insônia, agitação e hiperexcitabilidade são as manifestaçõesiniciais. A pessoa sente-se inquieta, agitada, com um discreto mal estar eansiedade. A seguir ocorrem taquicardia, sensação de zumbido nos ouvidose distúrbios visuais parecendo pequenas faíscas no ar. A musculatura torna-se tensa e trêmula, podem ocorrer palpitações, devido ao surgimento deextrassístoles. A intensidade desses sintomas aumenta até que, em dosesmaiores, começam a ocorrer vômitos , convulsões ,coma e morte. Algumaspessoas podem apresentar morte devido ao aparecimento de um estado dechoque, ou edema pulmonar com colabamento dos pulmões (atelectasia)ou parada cardio-respiratória. Crianças são bastante mais resistentes aosefeitos da cafeína, mesmo em altas doses, e, embora possam ocorrermanifestações de intoxicação, mortes são bem mais raras entre elas.
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CONCLUSÕES
É possível afirmar, sem margem de erro, que a cafeína é uma
substância bastante segura para o consumidor, mesmo em dosesrazoavelmente elevadas. Um limite máximo não prejudicial para a saúdehumana está na faixa de 500 mg diários de cafeína, o que eqüivale a meiolitro de café tomado em quatro doses divididas durante o dia. Algumaspessoas, consumidoras regulares, podem desenvolvem tolerância, fazendouso de grandes doses sem qualquer sinal de toxicidade. É possível secaracterizar que o consumo crônico de cafeína por pessoas normais nãoaltera a pressão arterial, as catecolaminas plasmáticas, a atividade de reninaplasmática, o colesterol do soro, a glicose sangüínea e a produção de urina. O consumo de café ou de bebidas contendo cafeína não está associado aoinfarto do miocárdio, câncer do trato genitourinário inferior, dos rins ou dopâncreas , nem com teratogenicidade, doença fibrocística da mama, produçãode arritmias cardíacas ou de úlcera péptica em doses moderadas de até 4xícaras diárias.
A cafeína, juntamente com a teofilina e a teobromina, é uma
substância química derivada da xantina, que se encontra na natureza, nasplantas consumidas pelo homem. Enquanto a teofilina e a teobrominaapresentam duas metilas, a cafeína possui três: 1,3,7-trimetil-xantina. Axantina por sua vez é uma substância química derivada da purina: é umadioxipurina, estruturalmente relacionada com o ácido úrico. As purinas doorganismo são a adenina e a guanina, que juntamente com as pirimidinas(uracil, timina e citosina), formam compostos heterocíclicos que fazem partedos nucleotídeos, elementos estruturais do ADN (desoxirribonucleotídeo)e ARN (ribonucleotídeo). Cada nucleotídeo possui três componentes: 1)uma base heterocíclica nitrogenada, que é derivada ou da purina ou dapirimida; 2) um açúcar , a pentose e 3) uma molécula de ácido fosfórico. OADN é formado por uma longa cadeia de unidades integradas por derivadosda purina, a adenina e a guanina, e pelas pirimidinas, citosina e timina. OARN é formado por uma longa cadeia, integrada também pelas purinasadenina na composição destes ácidos nucleicos é o açúcar que compõe a
molécula: 2-deoxi-D-ribose no ADN e a D-ribose no ARN. O ADN e oARN funcionam como armazenamento e atuam transmitindo o códigogenético da célula .Quando as purinas são destruídas no organismo, elasformam inicialmente a xantina, que é posteriormente transformada em ácidoúrico pela enzima xantino-oxidase. A excreção diária do ácido úrico é feitaatravés da urina, numa quantidade média de 500 mg diários. Como cerca de5g de purinas são formados diariamente pelo organismo humano, ocorreum aproveitamento da xantina formada. No ser humano, na excreção dacafeína, há formação principalmente da 1- metilxantina e do ácido 1-metilúrico. Observando-se que existe o reaproveitamento da xantina ehipoxantina para a síntese de purinas, é tentador formula-se a hipótese deque a metilxantina formada a partir da cafeína possa ser utilizada pelascélulas para formar as purinas. Considerando-se que existe a formação nascélulas de bases como a 1-metiladenina,e comparando a semelhança dasmoléculas de 1-metilxantina (1-metildioxipurina), 1-metiladenina (1-metil-6-aminopurina), adenina (6-aminopurina) e guanina (2-amino-6-oxipurina),épossível imaginar-se que a cafeína possa servir como substrato para aformação de um metabólito - as purinas - para a síntese das nucleoproteínas,tendo a cafeína um papel semelhante a uma vitamina. Esta hipótese, casoconfirmada, justificaria a predileção da espécie humana por bebidas quecontêm cafeína, pois estaria ingerindo uma vitamina fundamental para ofuncionamento e crescimento celular normal. OS ÁCIDOS CLOROGÊNICOS ANTAGONISTAS OPIÓIDES DO CAFÉ
Além da cafeína (1 - 2,5%) que estimula o córtex cerebral, a planta
Coffea spp. (café), possui em maior quantidade os ácidos clorogênicos (7 -10%) que, no processo de torra, formam pelo menos cinco derivados doácido quínico (quinídeos): ácido cafeoilquínico (CQA), ácidodicafeoilquínico (diCQA), ácido feruloilquínico (FQA), ácidocoumaroilquínico (CoQA) e ácido cafeoferuloilquínico (CFQA). E diversosdestes componentes possuem um potente efeito antagonista opióide. E estesderivados do ácido clorogênico podem até ser mais importantes que a cafeínado café, pois são mais abundantes - 3 a 5 vezes mais. Por isto o consumo
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regular de uma planta como o café, na dose de 4 xícaras diárias, pode ajudara prevenir a depressão e suas conseqüências, como o consumo de drogas ,conforme dados de diversos estudos científicos modernos no Brasil e noexterior. A ação do café sobre receptores opióides causa um bloqueio dodesejo de autogratificação que leva o indivíduo insatisfeito a se deprimir ea consumir drogas, como o álcool. Estes resultados inéditos caracterizamporque a humanidade escolheu esta planta como bebida matinal paraconsumo logo ao acordar e para se manter desperta, ativa e de bom humordurante o dia : a cafeína estimula a capacidade intelectual e os ácidosclorogênicos modulam o estado de humor, impedindo a depressão que levaao consumo de drogas legais, como o álcool ou ilegais, como cocaína,maconha e outras. Por isto o consumo diário de café com ou sem leite emdoses moderadas de até quatro xícaras diárias é recomendado para jovens eadultos de todo o mundo. CAFÉ, DEPRESSÃO E SUICÍDIO
A depressão mental é uma resposta completamente normal do
cérebro humano a situação e adaptação social do indivíduo. Apenas aresposta depressiva tende a integrar o indivíduo numa sociedade, a valorizá-la e nela adaptar-se. O sintoma depressivo é uma forma de reação altamenteevoluída do cérebro humano na escala animal e serve para proteger o excessode individualismo do homem, que pode prejudicar sua integração nasociedade. Também serve para evitar que o indivíduo quebre normasestabelecidas. Todo ser humano apresenta periodicamente depressão mental,dentro de uma resposta normal do cérebro. Apenas quando ela aparece semuma causa desencadeante ou permanece por tempo e intensidade demasiados,o indivíduo pode necessitar de ajuda. Tristeza, angústia, medo, saudade esofrimento são formas atenuadas de depressão e demonstram a reação doindivíduo na sua adaptação familiar e social, representando reações sadiasdo convívio humano. Cerca de 20% da população adulta apresentam durantesua vida episódios depressivos com manifestações clinicas significativasque precisam ser controlados com um tratamento especializado commedicamentos. A depressão, como a ansiedade, pode ser a manifestação
final de fatores genéticos (disfunção na neurotransmissão central), problemasde desenvolvimento (distúrbios da personalidade), traumas de infância oude problemas psicossociais (divórcio, desemprego). A depressão pode serum fenômeno reacional, normal, podendo também ser parte de uma doençadepressiva que requer tratamento médico especifico e eficaz. Em situaçõesde grande tristeza as mulheres ativam uma área do cérebro oito vezes maiorque o homem. Esta hiperatividade é seguida por um período de depressão,razão pela qual as mulheres são mais suscetíveis a sofrerem de depressão. Caso a depressão se torne exagerada e anormal, a auto-estima começa adiminuir até atingir um nível zero, onde o risco de suicídio é grande, pelaperda total do amor-próprio. Muitas vezes as manifestações de depressãopodem ser do tipo irritabilidade ou através do consumo excessivo de álcoolou outras drogas. Nos Estados Unidos a depressão atinge 11 milhões depessoas, com prejuízos anuais de 43,7 BILHÕES DE DÓLARES,contabilizando falta ao trabalho, queda de produtividade, gastos com salários,tratamento médico e despesas com casos de suicídio. Estima-se que 10milhões de brasileiros são atormentados pela doença. O consumo diário de4 xícaras de café previne a depressão e o suicídio, segundo estudos efetuadosem mais de 200.000 pessoas por um período de dez anos por dois grandescentros de pesquisa nos Estados Unidos (Califórnia e Boston). CAFÉ E CRIANÇAS
Uma criança é a opinião de Deus de que o mundo deve prosseguir
Toda criança é uma semente que se tiver boa saúde e receber uma boaeducação, formará uma planta que jamais será destruída ou extirpada. Poristo deve ser assegurado pelos pais, sociedade e governos pelo menos doisdireitos básicos a toda a criança : saúde e educação. Pois o café pode ajudaras crianças na educação e aprendizado, além de ser benéfica para a saúde. O consumo moderado e diário de café, ao estimular o sistema de vigília,atenção e concentração, pode ajudar no aprendizado escolar. E para tal bastaque o café seja tomado pela manhã - com ou sem leite - e na merendaescolar. A humanidade escolheu o café como bebida matinal porque eleestimula o sistema de vigília do cérebro humano. O consumo diário e
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moderado de café torna o cérebro mais atento e capaz de suas atividadesintelectuais, diminui a incidência de apatia e depressão e estimula a memória,atenção e concentração, melhorando a atividade intelectual normal. Osadolescentes problemáticos são os que apresentam maior risco para odesenvolvimento de doenças mentais e problemas como depressão, suicídioe uso de álcool e outras drogas .O índice de depressão e suicídio temaumentado entre os adolescentes nos últimos anos, variando entre 8 a 28%dos adolescentes. O consumo de café não apenas é saudável e seguro paracrianças, mas altamente benéfico para crianças e jovens (6- 18 anos)problemáticos, ativos e agressivos. justamente as que buscam o consumode drogas. Por isto o consumo de café com leite pela manhã e na merendaescolar, com ou sem leite, não apenas é saudável mas recomendando paraescolares. O governo americano - NATIONAL DRUG SURVEY RESULTSRELEASED WITH NEW YOUTH PUBLIC EDUCATION MATERIALS- detectou que 1 em cada 4 americanos é diretamente afetado pelo problemado alcoolismo ou dependência a drogas e que 6% dos jovens acima de 12anos usam drogas. Pois o consumo diário e moderado de café é uma dasmais eficazes e baratas armas para a prevenção do consumo de drogas entreos jovens. CAFÉ E ALCOOLISMO
Nenhuma família, homem ou mulher está livre de pelo menos um
dia se ver envolvido com problemas devido consumo abusivo de álcool, deforma aguda ou crônica, por parte de alguém querido (familiar, amigo ou aprópria pessoa). Estima-se que a prevalência de abuso e de dependência aoálcool entre pacientes hospitalizados varia entre 15 a 30% nos paísesmodernos de todo mundo. Além de problemas diretos decorrentes doconsumo de álcool, como a embriaguez, doenças como hepatopatias,pancreatite, gastrite, desnutrição e traumatismos devido acidentes de tráfegopossuem o álcool como a principal causa. Pesquisas revelam que mais de25% das pessoas envolvidas em acidentes de tráfego apresentam umaalcoolemia acima de 200 mg/dL (níveis acima de 50 mg/dL já causamimportante prejuízo na coordenação motora). Embora o alcoolismo seja aprincipal causa de morbidade e mortalidade no mundo moderno, muitos
médicos não diagnosticam o problema e, caso o façam, o tratam de maneirainadequada. E o paciente alcoólatra é geralmente o último na lista depreferências do médico. O alcoólatra parece lutar com um esforço quaseheróico para merecer esta impopularidade entre os médicos. Ocomportamento refratário, o relacionamento inseguro , a falta de vontade emesmo de inteligência do paciente alcoólatra junto com a perda deobjetividade após o diagnóstico ter sido feito e o pessimismo com a eficáciado tratamento faz com que médico e paciente não evoluam para uma soluçãodefinitiva do problema. O abuso no consumo de álcool e a dependência aoálcool é um problema que afeta mais de DEZOITO MILHÕES de americanose mais de DEZ MILHÕES de brasileiros e representa o maior problema desaúde pública tanto no Brasil como nos Estados Unidos. No ano de 1990 ,nos Estados Unidos, foram gastos mais de CENTO E TRINTA E SEISBILHÕES DE DÓLARES com problemas decorrentes direta e indiretamentedo consumo de álcool, como acidentes, violência e perda da produtividade. No Brasil este prejuízo eqüivale a mais de 5% do PIB, com um prejuízosuperior a 15 BILHÕES DE DÓLARES ANUAIS devido o alcoolismo. Éimportante reconhecer que os transtornos causados pelo consumo de álcoolnão são inteiramente causados por pessoas alcoólatras. Pessoas nãodependentes mas que cometem abusos após o seu consumo exagerado(consumo social em excesso) são responsáveis por cerca da metade dosproblemas relacionados ao álcool, como acidentes, violência, comportamentoinadequado e embriaguez no serviço. O consumo abusivo e persistente deálcool é uma importante causa de morbidade e é responsável por cerca de200.000 mortes por ano nos Estados Unidos. E este abuso por pessoas nãoviciadas é responsável por 50% das fatalidades dos acidentes de tráfego. Em quase 70% dos casos de assassinato e mais de 30% dos casos de suicídioexiste uma relação direta com o consumo abusivo de álcool. A expectativade vida para os alcoólatras é menor em 10 a 12 anos, em comparação com apopulação em geral. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definealcoolismo como o consumo de bebidas alcoólicas de forma continuadacausando prejuízo emocional, social e físico ao indivíduo. O alcoolismo éum problema crescente nas sociedades modernas pela existência de umasérie de fatores desencadeantes. Um indivíduo normal com ansiedade edepressão apenas controladas pelo álcool, ou um divórcio e desemprêgoque induzem ao abuso do álcool ou mesmo um executivo competitivo e
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estressado que consome regularmente álcool são candidatos potenciais parao alcoolismo e seus problemas como gastrite, cirrose, miocardiopatia ousíndrome amnéstica de Korsakoff. Estima-se que 90% da população adultados países civilizados beba álcool com periodicidade, sendo queaproximadamente 50% possui problemas temporários devidos ao alcoolismoe 10 a 15% são alcoólatras crônicos. Isto porque a maioria das pessoas bebequando se sente miserável - grandes quantidades e com periodicidade - emlugar de fazê-lo quando se sentir feliz - pequenas quantidades e de formaesporádica. Isto influi na qualidade e na quantidade da ingestão alcoólica ena relação que se estabelece entre o álcool e o usuário. O alcoolismo socialé uma forma de dependência crônica aceita e praticada pela maioria dosadultos nas sociedades modernas e o alcoolismo agudo e crônico seconstituem na principal forma de toxicomania da espécie humana naatualidade. O controle do alcoolismo na atualidade é feito commedicamentos com propriedades antagonistas opióides, como o naltroxonee o nalmefene. Pois o café possui potentes antagonistas opióides, os quinídeosformados na torra do café a partir dos ácidos clorogênicos . E pouco éconhecido sobre outros efeitos sobre o organismo humano dos quinídeos,que também possuem uma ação inibiora da recaptação da adenosina, atuandotambém como antagonistas dos efeitos excessivos da cafeína sobre as células,um efeito citoprotetor. Por isto, os ácidos clorogênicos e os quinídeosformados na torra adequada do café podem até ser mais importantes que acafeína na bebida e de grande ajuda na prevenção e controle da depressão esuas conseqüências como suicídio, alcoolismo/cirrose e mesmo infarto domiocárdio, pois a depressão é um fator de risco de doença coronariana. CAFÉ E DROGAS
A dependência a substâncias químicas ilícitas (drogas) está se
tornando uma fonte crescente e alarmante de preocupação médica e social. O plantio, o comércio e o consumo e tráfico de plantas que dão origem adrogas como cocaína, heroína e maconha é um dos mais importantes na
atualidade e inquestionavelmente o mais rentável em todo o mundo. Ocomércio ilegal de drogas manipula recursos anuais da ordem de US$500.000.000.000,00 (QUINHENTOS BILHÕES DE DOLARES), umaquantia que corresponde ao dobro de toda moeda americana em circulação. O mercado americano, o maior do mundo para drogas, criou um comércioque produz lucros anuais da ordem de US$ 100.000.000.000,00 (CEMBILHÕES DE DOLARES) - duas vezes mais o que os Estados Unidosgasta com petróleo. O tamanho e o poder deste comércio consegue nãoapenas sobreviver, mas crescer de forma permanente, apesar de todos osesforços que são envidados para combatê-lo. A criminalidade vinculada aonarcotráfico corrompe instituições e suplanta medidas oficiais egovernamentais que tentam opor-se a ele. Estima-se que mais de TRINTAMILHÕES de americanos fumem marijuana, mais de OITO MILHÕES usemcocaína regularmente, mais de QUINHENTOS MIL indivíduos são viciadosem heroína e 50 % dos americanos apresentam problemas temporários desaúde física e mental decorrente da ingestão de álcool, sendo que 10 % dapopulação é alcoólatra e mais de SESSENTA MILHÕES de americanosfumam diariamente. Uma indústria com mais de CEM MILHÕES deconsumidores diários de tabaco, álcool, cocaína, maconha e heroína só nosEstados Unidos, atua não apenas como um poderoso cliente, mas como umpoderoso estímulo para a produção permanente e crescente destas plantasou derivados de plantas. Através dos tempos o homem tem tentado váriosmétodos para a busca da felicidade que vão desde a prática e extrema devoçãoreligiosa, passando pela elaboração filosófica, psicanalítica ou a longa emetódica autodisciplina do controle mental das religiões orientais até asimples ingestão de um medicamento ou um tóxico, algo comum nasociedade atual. Modernamente, um grande número de substâncias, comoo álcool, a nicotina, a cocaína, a maconha, a heroína e o LSD, entre outras,são utilizadas de forma irregulares e mesmo proibidas. São substâncias quepodem causar grandes malefícios ao organismo humano, alguns inferiores,outros superiores aos do consumo do álcool ou do tabaco, duas substânciasaceitas como legais pela sociedade e governos, os principais arrecadadorescom a venda das mesmas. Substâncias não prejudiciais e até mesmobenéficas, como medicamentos, desde que usados sob orientação medica,também são consumidas em abundância, todas na tentativa de trazer algumaforma de prazer e auxiliarem na eterna busca da felicidade de cada indivíduo.
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Cerca de 90% da população adulta do mundo ingere bebidas alcoólicasregularmente, sendo que cerca de 40 a 50% destes, principalmente homens,apresentam problemas temporários devido o consumo de álcool,particularmente distúrbios de memória, atenção, reflexos e outras funçõescognitivas. Estima-se que no mundo todo cerca de 10% dos homens e 5%das mulheres desenvolvem um alcoolismo persistente. Estas pessoasdesenvolvem tolerância, dependência física e toxicidade crônica causadapelo álcool. O alcoolismo ameaça todos os jovens no mundo atual. Avaliando-se em termos de crimes, acidentes, alterações de produtividade,problemas de saúde, estima-se um prejuízo anual de cerca de 130 BILHÕESDE DÓLARES nos Estados Unidos com o alcoolismo. No Brasil estima-seum prejuízo de 20 BILHÕES DE DÓLARES ANUAIS devido problemascom o alcoolismo. O controle do alcoolismo na atualidade é feito commedicamentos antagonistas opióides. DROGAS E AIDS
Dados da Organização Mundial da Saúde (1994) mostram que mais
de 15 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo vírus daimunodeficiência humana (HIV), sem precisar quantos foram infectadosatravés de seringas contaminas ou através de relações sexuais. Nos EstadosUnidos, entretanto, estima-se que cerca de 1/3 de todos os casos de AIDSdecorrem do uso de drogas . Mais de 50 países já registraram a transmissãodo vírus entre pessoas que usam drogas ilícitas na forma injetável. Umnúmero adicional de 30 países já relataram que o uso de drogas injetáveis écrescente em cada um destes países. Uma vez que o vírus invade o organismodo usuário de drogas, ele dissemina-se pela comunidade através de contatossexuais e da gestação. O número de usuários de drogas injetáveis no mundoé desconhecido, mas estima-se que seja superior a cinco milhões de pessoas. Mesmo havendo um desconhecimento de números reais do problema, esteestá se tornando numa catástrofe médica internacional de difícil controle. A previsão de todas as instituições de saúde é de que o uso de drogas ilegaise a transmissão do vírus HIV aumente de forma crescente em todos os paísesdo mundo, particularmente entre os jovens. E poucas medidas oficiais são
tomadas para controlar este problema, enquanto que campanhas milionáriassão organizadas pelos órgãos governamentais abordando medidasprofiláticas como se apenas as relações sexuais fossem importantes natransmissão da doença. O uso de drogas através de seringas contaminadasrecebe pouca ou nenhuma proposta para sua profilaxia ou segurança namaioria dos países do mundo e particularmente no Brasil. O hábito de fumare de beber, segundo informe de 1994 da Secretaria Nacional da Saúde dosEstados Unidos, começa como uma experimentação na adolescência, quasesempre na época do início do Primeiro Grau. Diversos estudos têmevidenciado que aproximadamente um terço dos jovens americanos já usoualgum tipo de droga ilegal em algum momento de suas vidas, que varia de7% até os 12 anos de idade, 26% entre os 14 a 17 anos e 49% entre 18 e 21anos. Apesar de leis restringindo a venda a menores, mais de 25% de criançasde 12 a 13 anos informa tomarem um drinque de forma regular, taxa estaque se eleva para 66% na idade de 16 anos e para 90 % entre adultos jovens. Os acidentes de carros relacionados ao álcool já se constitui na principalcausa de morte entre os jovens. O consumo de maconha já atingiu 25% dosjovens americanos, que a cada dia a consideram menos perigosa, havendomenos desaprovação ao seu consumo. A cocaína é menos consumida entreos jovens: 6% de todos os jovens e 12% entre 18 e 21 anos. Estudos noBrasil também tem caracterizado que esta ameaça também é importante ecrescente em nosso País . Por isto a dependência a substâncias químicasprejudiciais a saúde quer sejam ilícitas como drogas tipo cocaína maconha,“crack”, heroína, ou lícitas como álcool e tabaco esta se tornando uma fontecrescente e alarmante de preocupação médica e social. Enquanto isto opreconceito contra o café faz com que os jovens tomem pouco ou mesmonão o tomem diariamente, puro ou com leite, o mesmo não acontece comoutras bebidas. Na atualidade tomar refrigerantes ou sucos artificiais parasaciar a sede é um hábito diário de quase todas as crianças, em lugar de umsimples copo de água. E estudos recentes feitos por médicos inglesesdetectaram que o consumo exagerado de refrigerantes por adolescentes nãoapenas ajuda a destruir os dentes mas pode provocar problemas decomportamento e afetar o crescimento. E ao mesmo tempo, as crianças sãoerroneamente educadas de que o consumo de café pode ser prejudicial paraa saúde. Considerando as modernas evidências científicas que caracterizaramo papel benéfico e profilático do consumo moderado e diário de café na
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melhoria da atividade intelectual, estado de humor e consumo de drogas,pela presença, além da cafeína, de substâncias com propriedades antagonistasopióides, que bloqueiam o desejo de autogratificação, o papel do consumode café entre os jovens deve ser revisto. Deve ser dado o direito a cadajovem brasileiro e mesmo de todo o mundo de que, antes que sejamoferecidas alternativas para o consumo de drogas, através de sua legalização,de tomar conhecimento de informações científicas que criem uma opçãopara o consumo de uma planta mais saudável, como o uso diário e moderadode café. CAFÉ E DEPENDÊNCIA
A primeira coisa que cada ser humano faz ao nascer é se tornar
dependente químico. Ao respirar pela primeira vez o recém nascido torna-se dependente do oxigênio para todas as atividades bioquímicas de seuorganismo. A seguir torna-se dependente químico do mais nobre dosalimentos: o leite materno. E o amor e carinho da mãe, o qual traz prazer eproteção ao recém nascido. Mais tarde amplia esta dependência químicapara proteínas, glicídeos, lipídeos, vitaminas e sais minerais. São substânciasvitais para o ser humano. E durante sua vida todo o ser humano torna-sedependente das reações químicas que ocorrem no seu cérebro causandoprazer, alegria, felicidade e amor, decorrente de diversas coisas naturaiscomo a família, amigos, trabalho. Tudo que ocorre na nossa vida causareações químicas no cérebro que são responsáveis pela alegria ou tristeza,prazer ou dor, bem como todas as outras emoções possíveis. E além deformas naturais de prazer, existem formas artificiais, como as drogas. Oegoísmo humano ainda é um dos mais poderosos instintos, vinculado aquelesda sobrevivência, como nutrição e reprodução. Este instinto faz com queaqueles incapazes de lutarem e obterem sua felicidade de forma natural,tentem conhecê-la pelo menos de forma temporária e artificial através doconsumo de drogas. Todo cérebro humano usa apenas 10% de suacapacidade. Mas todo ser humano quer mais do que sua capacidade e alémde sua vontade. Todo mundo que ser um super-homem (ou mulher-maravilha), ter um super-cérebro para obter um super-sucesso com uma
super-fortuna e uma super-fama. Mas nesta busca poucos são os que chegamao sucesso e muitos os que conhecem o fracasso, a frustração e daí, adepressão e o uso de álcool e outras drogas. A química cerebral que leva adepressão e ao uso compulsivo de drogas com perda do controle, criando adependência, começou a ser compreendido apenas recentemente. Obombardeamento excessivo do cérebro por estas substâncias causaadaptações moleculares permanentes de diversos sistemas neuronais. Dentreas drogas que causam dependência, apenas os opióides e o álcool interagemcom neurônios causando uma significativa dependência somática. Por outrolado, todas as drogas que causam dependência (nicotina, cocaína, álcool,maconha) parecem ativar e produzir alterações permanentes nos circuitosdopaminérgicos do sistema límbico que controlam a motivação e ocomportamento. Acredita-se que a principal via envolvida na origem dadependência a drogas parece ser a via dopaminérgica que se estende da áreategmental ventral, uma região de formação reticular mesencefálica que enviafibras para áreas telencefálicas pertencentes ao sistema límbico, como onúcleo amigdalóide, a área septal e o córtex do giro do cíngulo. O córtexpré-frontal e o corpo estriado também recebem fibras ali originadas. Tambémdo mesencéfalo partem fibras para núcleos da base, como o estriado ventral,basicamente para o núcleo acumbens, uma massa de substância cinzentasituada ventralmente a cabeça do núcleo caudado e que possui conexõescom o sistema límbico. Esta via mesolímbica também parece estar envolvidana motivação e comportamento necessário para a sobrevivência humana epara o processo reprodutivo, incluindo o próprio ato da reprodução. O próprioprocesso de escolha e consumo de alimentos pode não ter sido uma formaespecífica de seleção no processo evolutivo. Talvez a ativação deste sistemamesolímbico dopaminérgico, alimentos (e drogas) podem levar a umagratificação e condicionamento, fortalecendo mecanismos de memória eaprendizado. Quando algo estimula este sistema, imediatamente éreconhecido e lembrado vividamente, inclusive as circunstâncias que levamao seu uso ou consumo. A cocaína, a nicotina, os opióides e o etanol sãotodos originariamente subprodutos de plantas ou da fermentação natural eatuam como substâncias condicionantes e capazes de gerarem dependênciaporque mimetizam ou aumentam as ações dos neurotransmissores que atuamnos mecanismos de gratificação, prazer e aprendizado do ser humano. Acocaína inibe a recaptação da dopamina , aumentando sua duração e seus
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efeitos nas sinapses do sistema mesolímbico enquanto que a anfetaminalibera a dopamina dos neurônios dopaminérgicos. Opióides como a morfinae a heroína mimetizam neurotransmissores opióides (encefalinas) que atuamdiretamente no núcleo acumbens mas que podem também atuando de formadesinibitória na área tegmental ventral (VTA), favorecendo a liberação dedopamina. A nicotina mimetiza a ação de acetilcolina nos receptoresnicotínicos centrais enquanto que o etanol possui um poderosos efeitofacilitador nos receptores GABAérgicos. Embora as ações da nicotina e doetanol nos circuitos de gratificação do cérebro não sejam aindacompletamente conhecidas, sabe-se que ambas as substâncias causam umamaior liberação de dopamina no núcleo acumbens e sistema límbico. Eeste aumento dos níveis de dopamina pode ser inibido em diversas etapas,como através do uso de antagonistas de receptores opióides do sistema,como o naltrexone, o qual se constitui num novo avanço no tratamento doalcoolismo. Descobertas recentes em medicina caracterizaram que o serhumano, além de selecionar plantas (nicotina, cocaína, heroína, álcool) queestimulem esta forma de prazer no sistema límbico, também identificouplantas que podem estimular o córtex cerebral, aumentando a atenção ememória, além de bloquear a função exagerada do sistema límbico atravésdeste sistema opióide, modulando ou interferindo no desejo de auto-gratificação que leva ao consumo de drogas. Isto explica porque o café é aplanta mais consumida no mundo. TUDO EM EXCESSO FAZ MAL
Tudo em excesso pode fazer mal. As vitaminas são substâncias
orgânicas que em pequenas quantidades fazem parte de complexas reações bioquímicas do organismo. Devido a incapacidade do organismo de sintetizá- las normalmente, elas são obtidas da dieta e possibilitam ao indivíduo um funcionamento metabólico, crescimento e saúde normais. Mas o excesso de vitaminas pode causar doenças severas e incapacitantes . Algumas vitaminas são bastante perigosas, devendo seu consumo ser feito apenas com orientação médica. A vitamina A (retinol) existe apenas em alguns alimentos de origem animal mas o organismo pode prescindir destes
alimentos desde que exista ingestão adequada de frutas ou outros vegetais que contenham um pigmento, o caroteno. Uma dose elevada ou o uso de doses acima das necessidades diárias de vitamina A pode causar uma série de fenômenos, desde uma coloração amarelo-alaranjada da pele até fenômenos tóxicos, como irritabilidade, vômitos, cefaléia, pele seca, pruriginosa e descamativa, fraqueza e alterações psiquiátricas simulando depressão ou esquizofrenia. Sonolência, dores nos ossos e articulações, aumento do tamanho do fígado e do baço também podem ser observados com grandes doses da vitamina A. Outras vitaminas que podem causar problemas em doses elevadas são a vitamina D (hipercalcemia e deposição de cálcio em vários tecidos do organismo como coração, artérias, rins. Ocorre anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, cefaléia e diurese intensa, fraqueza, depressão mental e diminuição da função renal, que evolui para a insuficiência e morte). Outras vitaminas que podem causar problemas são a vitamina K pela via endovenosa e o consumo exagerado de vitamina C (ácido ascórbico), uma vitamina bastante popular mas que pode causar diarréia, náuseas, vômitos e também interferir na absorção de vitamina B 12, destruindo-a, podendo levar a sua deficiência se seu uso for prolongado. Por ser acidificante da urina, pode causar precipitação urinária de cristais de ácido úrico, oxalato ou cistina, levando a formação de cálculos. Cólica renal, sangramento e obstrução urinária com hidronefrose progressiva, associada a uma maior suscetibilidade a infecções pode ocorrer. Por isso é uma vitamina muito perigosa no uso indiscriminado. O excesso de poder também é muito perigoso. Na política o poder intoxica os melhores corações, como o álcool intoxica as melhores cabeças. Nenhum homem é suficientemente bom ou sensato para que lhe sejam outorgados poderes ilimitados. A ânsia pelo poder não se origina da força e sim da fraqueza. Os melhores homens de uma sociedade são os que não gostam do poder. O excesso de comida também pode fazer mal. Enquanto a fome é um problema nos países em desenvolvimento, a obesidade e doenças dela derivados, como diabetes, aterosclerose, hipertensão arterial , gota, câncer e outras, são cada vez mais comuns nos países ricos. Nos EUA cerca de 25% da população é obesa, principalmente da raça negra, sexo feminino e do grupo econômico mais baixo. A incidência da obesidade no Brasil é desconhecida, estimando- se em torno de 10% da população, embora mais de 50% das mulheres se preocupem com o tema. Certos tipos de câncer, como de cólon, reto e próstata no homem, de útero, trato biliar, mama e ovário em mulheres, bem como
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doenças tromboembólicas, doenças do tubo digestivo (litiase, esofagite de refluxo) e problemas cutâneos são mais comuns em obesos. Riscos cirúrgicos e obstétricos são também maiores, alem de anormalidades endocrinas. O excesso de sal na comida também pode fazer mal. Dentre os inúmeros mecanismos atuantes e responsáveis pela hipertensão arterial sistêmica, que acomete em torno de 20% da população adulta do mundo moderno, acredita- se que exista uma incapacidade constitucional do indivíduo em excretar o cloreto de sódio, o que leva a um acúmulo de sódio, o qual é trocado por cálcio, que atua aumentando o tonus da musculatura lisa vascular. Estudos populacionais evidenciam que existe uma correlação entre a ingestão de sal e a pressão arterial. Mas a ingestão isolada de sal parece não ser um fator isolado para o aumento da pressão sangüínea arterial, havendo uma predisposição genética para este distúrbio. Logo, uma ingestão de sal em torno de 10 a 20 gramas diárias pode ser um fator desencadeante para indivíduos com hipertensão sensível ao sal, devendo haver uma diminuição na ingestão para teores nunca acima de 4 g diários. O excesso de gordura também faz mal. A aterosclerose está associada à presença de níveis elevados de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) no sangue, juntamente com a lipoproteínas de densidade intermediária (IDL) e em menor grau as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL). O excesso de amor também pode ser extremamente prejudicial ao ser humano. Uma mãe extremamente amorosa mas superprotetora, que gosta de fazer tudo para agradar seu filho, desde dar comida na boca até os 18 anos até querer influir no seu destino, torna-o mimado e passivo. Desta forma a criança não terá uma visão da realidade do mundo, onde a independência e conduta ativa são importantes na luta pela felicidade. A criança excessivamente mimada será uma pessoa neurótica e difícil de ser satisfeita, porque ninguém no mundo fará o que fazia sua mãe extremada. Desta forma ela poderá ficar insatisfeita e agressiva, até mesmo com as pessoas que ama, como amigos, irmãos e colegas. Na vida adulta terá dificuldades em se adaptar a sociedade e de lutar pela sua felicidade e daqueles a quem ama. Por outro lado, um amor possessivo e obstinado, de um homem por uma mulher - ou vice-versa - pode ser extremamente prejudicial. O amor possessivo geralmente é unilateral e dominador, onde a pessoa acredita possuir a outra e desta forma quer mandar na vida da pessoa querida. Caso esta não aprove esta forma de amor exagerado e prejudicial, pode querer se ver livre desta forma anormal de amor. Ou mesmo achar outra pessoa que lhe de um amor mais amigo,
real e satisfatório. E isto pode despertar um ciúme mortal no parceiropossessivo, que leva a uma grande frustração que pode até mesmo culminarem morte. Um grande amor acaba gerando desta forma uma grande tragédia. E tragédias são mais comuns que o verdadeiro amor entre os seres humanosna atualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A. CAFÉ PREVINE DEPRESSÃO E SUICÍDIO :
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Aantal in PubMed geciteerde artikelen in 2009 van medische stafleden van het Kennemer Gasthuis, het Spaarne Ziekenhuis en het Streeklaboratorium voor de Volksgezondheid Kennemerland. De vermelding van de artikelen is conform de weergave van de meeste andere STZ-ziekenhuizen: artikelen worden geaccepteerd wanneer de printversie uit is ( ahead of print wordt in het jaardocument 2010 meegenomen);