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Análise Psicológica (2006), 3 (XXIV): 363-372
Questões sobre pesquisa qualitativa e
pesquisa fenomenológica

Segundo Merleau-Ponty, “é o homem que investe tarefa já empreendida exaustivamente ao longo o mundo de significados”. Tomando como ponto dos diversos embates epistemológicos com respeito de partida esta colocação, surge-nos questões as à Psicologia (González Rey, 1999; Scarparo, 2000; mais variadas com relação ao procedimento empírico Bruns & Holanda, 2003), e já discutido em trabalho em Ciências Humanas (em geral), e em Psicologia (em particular). A questão do método em Psicologia Nosso objetivo neste artigo é empreender uma sempre foi questão controversa ao longo da história, discussão em torno da diversidade dos métodos desde a constituição da “ciência psicológica” como qualitativos de pesquisa em Psicologia, com especial ciência naturalista, até os dias atuais, quando se destaque para o método fenomenológico, como reflete sobre a diversidade das possibilidades da um modelo compreensivo que apresenta significativa apreensão do humano e suas perspectivas (Amatuzzi, relação com o fenômeno psicológico.
Comumente se descreve os métodos qualitativos No esteio das reflexões sobre o status da Psicologia como modelos diferenciados de abordagem empírica, enquanto ciência – natural (ou empírica) ou “humana”, especificamente voltados para os chamados “fenô- com suas especificidades – costuma-se estabelecer menos humanos”, ou seja, como métodos que fogem categorias metodológicas distintas para contextos da tradicional conexão com aspectos empíricostais como medição e controle. Segundo Mucchielli diversos: em especial quando se fala de métodos quantitativos versus métodos qualitativos. Cremosser desnecessário, neste espaço, discorrermos sobre Os métodos qualitativos são métodos das o caráter da cientificidade dos métodos qualitativos, ciências humanas que pesquisam, explicitam,analisam, fenômenos (visíveis ou ocultos).
Esses fenômenos, por essência, não sãopassíveis de serem medidos (uma crença,uma representação, um estilo pessoal derelação com o outro, uma estratégia face um (*) Psicólogo. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Brasília e Doutor em Psicologia pela PUC-Campinas. Primeiro-Secretário da Associação Brasileira eles possuem as características específicas para o Avanço Conjunto da Filosofia, Psicopatologia dos “fatos humanos”. O estudo desses fatos e Psicoterapia – Abrafipp. Didata do Instituto de Gestalt- humanos se realiza com as técnicas de pesquisa Terapia de Brasília. Coordenador do Grupo ARCHÉ – e análise que, escapando a toda codificação Programa de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Feno-menologia da Religião e da Espiritualidade (UnB).
essencialmente sobre a presença humana e de acesso ao fenômeno. Estas particularidades ficam mais presentes quando vislumbramos a sobre a inteligência indutiva e generalizante, O estudo dos determinantes qualitativos na Podemos partir desta definição para caracterizar psicologia se define pela busca e explicação o método qualitativo em pesquisa e apontar o modelo de processos que não estão acessíveis à fenomenológico dentro desta modalidade. González experiência, as quais existem em complexas Rey (1999) aponta para o que chama de “caráter e dinâmicas inter-relações que, para serem oculto” da evidência. Segundo ele, a “qualidade” dos fenômenos não aparece imediatamente à expe- riência, nem se constrói por via da indução. A variáveis” (González Rey, 1999, p. 54).
abordagem qualitativa propõe-se, então, a elucidar Se partirmos da idéia de unidade indissolúvel e conhecer os complexos processos de constituição entre o metodológico e o epistemológico, ou seja, da subjetividade, diferentemente dos pressupostos entre a produção e elaboração do conhecimento e “quantitativos” de predição, descrição e controle. as diversas formas deste conhecimento, veremos Isto levanta algumas questões, tais como: a que a investigação qualitativa não se define instru- definição de método “qualitativo” ou “quantitativo” mentalmente, mas epistemologicamente, apoiada encontra-se no objeto de estudo, ou na forma de no processo de construção do conhecimento. tratamento dos dados? Ou, será realmente inviável Definiríamos a investigação qualitativa a a possibilidade de codificação dos “fatos humanos”? Ou ainda, não será necessário revermos nossaspróprias concepções a respeito do que caracteri- 1) Pela inclusão da subjetividade no próprio zamos como sendo “quantificável” ou não? O próprio ato de investigar – tanto a do sujeito do autor assinala que “. o problema não está em usar um instrumento quantitativo, o problema está “pesquisa-participante” ou da pesquisa “heu- em definir o que este instrumento avalia, e como rística”), como a do sujeito pesquisado, pelo utilizamos essa avaliação no processo geral de construção do conhecimento” (González Rey, 1999, no caso da pesquisa “empírico-fenomeno- A rigor, concordamos com a idéia de que o 2) Por uma visão de abrangência do fenômeno tratamento dos dados representa, em grande medida, pesquisado, realçando a sua circunscrição a dificuldade primeira encontrada nas investigações junto aos demais fenômenos – sociais, culturais, que procuram dados de compreensão da realidade subjetiva do ser humano. Por outro lado, também pesquisa “hermenêutica”, por exemplo). consideramos o fato que, ao analisarmos, questio- Assim, qualquer esboço de definição do que é narmos, isolarmos, buscarmos a compreensão deste qualitativo em metodologia, ao mesmo tempo ou daquele fenômeno humano, estamos – na verdade em que é considerado como um contraponto aos – em busca de um modelo minimamente organizado modelos quantificadores, representa, na verdade, um que sirva como referência à compreensão do mesmo modelo que destaca ou releva certos elementos fenômeno (ou de fenômeno similar), num segundo característicos da natureza humana, os quais as momento. Assim, estamos, de fato, em busca de metodologias quantificadoras têm dificuldade de criarmos uma “codificação” – mínima, que seja – para o fato humano. Além disso, concordamos Em trabalho anterior (Holanda, 2002), já discutimos ainda com o fato de que um tratamento unilateral o fato de que a pesquisa qualitativa nasce no seio da realidade é, necessariamente, limitadora desta.
das investigações sociológicas e antropológicas, Resulta disso que a polêmica entre o “quantitativo” penetrando na Psicologia a partir destas disciplinas.
e o “qualitativo” – como apontado anteriormente Existe uma relativa diversidade de modelos e – se dilui em perspectivas. A pesquisa da experiência métodos de abordagem qualitativa da realidade.
humana carrega consigo particularidades e possi- Convém relacionarmos algumas das principais bilidades que transcendem este ou aquele modelo abordagens qualitativas para podermos circunscrever a posteriori o método fenomenológico. Iremos Creswell (1998) descreve com mais detalhes nos reportar, basicamente, a dois autores, como compiladores destes modelos: J. Creswell (1998), b) Descritiva e analítica, que parte da descrição que publicou “Qualitative Inquiry and Research detalhada dos pressupostos e do conteúdo Design: Choosing among Five Traditions”, e Clark de determinada teoria, com especial atenção Moustakas (1994), que aborda mais especificamente às “controvérsias” como relevante para o o modelo fenomenológico, em seu livro “Pheno- menological Research Methods”. Estas duas obras c) Quantitativa, como uma forma objetiva de serão apenas referências para podermos analisar posteriormente os modelos fenomenológicos de determinado(s) autor(es) sobre o desenvol- vimento científico (como o estudo da freqüência Creswell (1998) aponta na direção de cinco “tradições” na investigação qualitativa: a biografia d) Social, que enfatiza as relações entre cons- (ou estudo biográfico), o estudo fenomenológico, trução e evolução das idéias psicológicas e a “grounded theory” ou teoria fundamentada, a o contexto sócio-histórico nas quais estão etnografia e o estudo de caso. Moustakas (1994) aponta também para cinco modelos de pesquisa e) Psicossocial ou “psicossociologia do conhe- qualitativa: modelo etnográfico ou etnografia; teoria cimento”, que leva em consideração “tanto fundamentada ou “grounded research theory”; os aspectos relacionados à interação no hermenêutica; a pesquisa fenomenológica e a heu- interior da comunidade científica como suas relações com o contexto” (Campos, 1998, Discutiremos inicialmente os destaques particulares de cada um dos autores, começando por Creswell(“estudo biográfico” e “estudo de caso”) e depois A principal razão de se estudar a história da para Moustakas (“hermenêutica” e “heurística”), Psicologia está na possibilidade deste estudo auxiliar e depois caracterizaremos os modelos discutidos na integração de um campo que se caracteriza por em comum, como são os casos da “teoria fundamentada sua diversidade e fragmentação. A nosso ver, a na pesquisa”, da pesquisa “etnográfica” e da pesquisa pesquisa historiográfica é um instrumento necessário para a compreensão epistemológica da ciência Antes de tudo, porém, gostaríamos de destacar psicológica, e para a compreensão de seu locus um modelo de pesquisa que vem sendo bastante desenvolvido atualmente e que não se encontra A pesquisa historiográfica tem ocupado cada citado em nenhuma das duas obras por nós refe-
renciada acima. Trata-se da pesquisa historiográfica
ou historiografia (Campos, 1998; Brozek & Massimi,
1998; Scarparo, 2000).
A pesquisa historiográfica visa à coleta, 1 Um comentário parece-nos merecer destaque. Como catalogação e descrição de acontecimentos históricos estamos apontando desde o início, a discussão em torno para posterior interpretação e construção de um de um locus especial deste ou daquele modelo de pesquisa quadro relevante para a ciência. No caso da Psicologia, – seja quantitativo ou qualitativo – esbarra nas neces-sidades advindas, tanto do pesquisador quanto das próprias a ênfase recai sobre documentos ou trabalhos demandas sociais (aqui entendidas como derivadas de publicados por pesquisadores, a partir dos quais um campo específico do conhecimento, ou seja, no nosso busca-se reconstruir a própria evolução das teorias caso, da Psicologia. Qual a necessidade atual desta ciência? e das descobertas, inserindo-as num contexto de A resposta a esta questão responde em parte pela escolha do método). Assim é que, qualquer destes modos “qua-litativos” de se abordar o fenômeno psicológico podem Campos (1998), ao apontar para a multiplicidade ser transmutados em modos “quantitativos” e vice-versa.
dos modos de se fazer pesquisa histórica, cita cinco Um determinado fenômeno (p. ex., a “vivência da loucura”) formas de construção da evidência historiográfica: pode ser melhor descrita a partir de um modelo fenome-nológico de pesquisa, mas estes mesmos relatos podem a) Biográfica, onde a vida e a obra do autor ser agrupados e avaliados num contexto quantitativo, são as principais fontes de dados, e que conforme necessidade ou escolha do pesquisador.
vez mais espaço no contexto científico brasileiro, Creswell (1998) destaca, na Psicologia, o livro bastando para isto destacar a existência de um de Gordon Allport, intitulado “Usos de Documentos Grupo de Trabalho desta natureza na ANPEPP Pessoais na Ciência Psicológica”, publicado em (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação 1942, como um importante documento para a em Psicologia), que chegou a produzir, em 1996 (Vol. 1, N.º 15), caderno especial sobre História Estruturalmente, o estudo biográfico subdivide-se da Psicologia, organizado pela Prof.ª Regina Helena de Freitas Campos (UFMG). Todavia, numerosos a) Estudo Biográfico, propriamente dito, onde outros empreendimentos ainda merecem destaque, a história individual é escrita por algum como o “Projeto História da Psicologia Brasileira”, pesquisador, a partir de documentos e registros; encaminhado pelo Conselho Federal de Psicologia b) Autobiografia, onde a história é escrita pelas que vem produzindo vídeos e livros sobre perso- nalidades brasileiras (como a Coleção “Pioneiros c) História de Vida, que consiste no relato de da Psicologia Brasileira”), bem como reeditando vida de um indivíduo, muito usado em ciências obras esgotadas de inestimável valor para a ciência sociais e antropológicas, correlacionando-o brasileira; e mais recentemente, a criação de um com temas culturais, sociais e institucionais, grupo de trabalho de História da Psicologia na que se dá através de uma coleta primária ABEP (Associação Brasileira de Ensino da Psicologia), de entrevistas e conversas com o sujeito; e, coordenado pela Prof.ª Ana Maria Jacó-Vilela d) História Oral, que é a reunião de lembranças (UFRJ). A título de ilustração e para demonstrar de eventos, suas causas e efeitos, a partir a diversidade do tema, apresentamos aqui algumas referências atuais sobre a questão: Massimi, Mahfoud,Silva e Avanci (1999); Antunes (1999); Jacó-Vilela, O autor acrescenta ainda que as biografias Jabur e Rodrigues (1999); e mais recentemente, podem ser escritas “objetivamente” – com pouca interpretação do pesquisador – , “eruditamente” Retomemos agora nossas principais referências, – a partir de uma formação histórica e crono- a partir das descrições particulares como assina- lógica –, “artisticamente” – a partir de detalhes – lamos acima. Um dos primeiros modelos de pesquisa ou “narrativamente” – contando com uma qualitativa apresentados por Creswell (1998) é a explicitação ficcional. Trata-se de um modelo de biografia ou estudo biográfico. Consiste no estudo
grande importância para a pesquisa histórica, onde de um indivíduo e de suas experiências, seja através se circunscreve o sujeito a ser estudado dentro de de depoimentos, seja a partir de documentos e/ou seu contexto sócio-cultural. Um exemplo bem atual, material arquivado. Trata-se da descrição de momentos é a biografia de Heidegger, publicada por Rüdiger significativos da vida de um indivíduo, através Safranski3, que lança mão de documentos da época de documentos vitais. Inclui biografias individuais, para traçar um panorama da personalidade do histórias de vida e histórias orais.
O estudo biográfico é um tipo de trabalho que Creswell (1998) ainda aponta para os seguintes se alicerça em diferentes disciplinas e é encontrado passos metodológicos do trabalho biográfico: principalmente na literatura, na história, na 1) Parte-se de um conjunto objetivo de expe- antropologia, na sociologia e na psicologia. Representa riências, observando estágios e experiências uma pesquisa com “documentos de vida”. do curso de vida, seja a partir de uma cronologia(utilizando-se da linha temporal como refe-rência), seja categorizando por experiências(educação, família, trabalho, etc.); 2 Nesta obra em particular, há dois capítulos versando sobre a história da perspectiva humanista brasileira deautoria de William Gomes e Gustavo Gauer, contandocom a colaboração deste autor: “Primórdios da Psicologia 3 “Heidegger. Um mestre da Alemanha entre o bem Humanista no Brasil”, e “História das Abordagens Huma- e o mal”, de Rüdiger Safranski (2000), São Paulo: 2) Reúne-se, então, material biográfico contextual sua utilidade ou relevância corre o risco de se concreto, ou seja, reúnem-se “histórias”, o tornar excessivamente subjetiva); b) em segundo que pode ser feito, por exemplo, a partir de lugar, a escolha da delimitação do caso (se um caso único ou múltiplo) e; c) finalmente, as fronteiras 3) Organiza-se as histórias em torno de “eixos” do caso, ou as complicações inerentes à circunscrição dos casos, ou seja, como este caso “toca” os demais 4) Parte-se para a exploração dos significados campos. Acrescentaríamos o fato de que o estudo de caso pode tornar-se, a despeito de sua objeti- 5) Busca-se maiores estruturas para explicar vidade, um instrumento e não um método espe- os significados (interações sociais, produções cífico de trabalho, daí a necessidade de se ter clareza culturais, ideologias, contexto histórico) para da circunscrição de seu objeto de estudo para um a interpretação (ou “trans-interpretações”, que vão além da simples interpretação dos Moustakas (1994) destaca dois modelos que Creswell (1998) não aborda: a hermenêutica e apesquisa heurística. Principiaremos pela Hermenêutica.
Os desafios deste modelo de pesquisa são múltiplos.
O vocábulo “Hermenêutica” advém do grego Um dos principais refere-se à coleta de dados – hermeneutikós, que por sua vez deriva do verbo requer um vasto material para que se possa ter hermeneuein, que significa “interpretar”. Originalmente acesso a um mínimo de informações necessárias.
é um termo derivado da teologia, designando uma É necessário ainda um compreensão clara do material metodologia de interpretação dos textos bíblicos, histórico e um olhar apurado para se explicitar o passando posteriormente a designar um esforço contexto, sob pena de superficialização do trabalho.
de interpretação de um texto difícil. Contempo- Caso se utilize um modelo interpretativo, o pes- raneamente, costuma designar – na filosofia – a quisador deve ser capaz de se colocar na narrativa reflexão sobre os símbolos, como temos em Paul Ricoeur (Japiassu & Marcondes, 1990). Para Creswell (1998) apresenta ainda o “estudo de
Abbagnano (1986), por “Hermenêutica” designa-se caso”, tanto como uma metodologia qualitativa
de pesquisa como quanto um objeto de estudo.
Para Moustakas (1994), hermenêutica é entendida
Refere-se à exploração de um sistema delimitado, como a exploração ou modelo de pesquisa cujo partindo de uma coleta de dados detalhada, em foco está na consciência e na experiência. Deriva profundidade, envolvendo fontes múltiplas de infor- das idéias de Wilhelm Dilthey, para quem, toda ciência e todo saber é empírico, mas toda experiência O foco do estudo de caso pode ser intrínseco está originalmente conectada e validada pela nossa (quando se encara o “caso” na sua singularidade) consciência. Segundo a hermenêutica, é através ou instrumental (tomando-se o “caso” como ilustração).
do horizonte da experiência (que primeiramente Se houverem mais casos, então o estudo caracte- parece nos dizer sobre nossos próprios estados rizar-se-á como sendo “caso coletivo”. interiores) e de seu “alargamento”, que se passa Os passos a serem seguidos são os seguintes: a saber sobre o mundo externo e sobre as demais em primeiro lugar, escolhe-se o “caso” (define- pessoas, ou seja, parte-se de si-próprio para expandir se qual o estudo de caso é o mais promissor ou útil, podendo este ser único ou coletivo, multi- A hermenêutica procura pela intenção original situado ou interno, intrínseco ou instrumental); em do autor, pela originalidade do sujeito mas, para seguida, coleta-se os dados extensivamente, com tanto, enfatiza a circunscrição histórica do sujeito.
múltiplas fontes de informações. Um terceiro passo, Dilthey acreditava que, para se entender a expe- a análise dos dados, pode ser “holística” (tomando riência humana, além de descrever a experiência o caso por inteiro) ou “embutida” (tomando aspectos em si, era necessário estudar a história, e os estudos específicos do caso) e, finalmente, a interpretação da experiência são dependentes da circunscrição final (elabora-se o aprendido com o caso).
histórica desta e das descrições para formar um Os desafios inerentes a este modelo, segundo todo. É preciso descobrir como os estudos humanos o autor, são os seguintes: a) em primeiro lugar, a própria identificação do caso (a designação de O que a perspectiva hermenêutica traz de grande contribuição e que está no centro de sua Outro modelo de pesquisa qualitativa apontada metodologia e de seu projeto, é a idéia de inter- por Moustakas (1994) é a pesquisa heurística. A
relação entre ciência, arte e história, para a elaboração palavra “Heurística” decorre do verbo grego heuriskein, que significa “encontrar”, “descobrir”. Segundo A hermenêutica tornou-se conhecida a partir Abbagnano (1986), o verbo grego ευρισιχω corres- dos trabalhos do chamado “Círculo Hermenêutico”: ponde a “encontro”, “busca” ou “arte da busca”.
A expressão “círculo hermenêutico” é uma “Diz-se que um método é heurístico quando leva o aluno a descobrir aquilo que se pretende que ela compreensão das ciências do espírito (e também aprenda: a maiêutica socrática é, por excelência, humanas) e da interpretação em geral. Com um método heurístico” (Japiassu & Marcondes, ele deparou sempre, na nossa cultura, a reflexão sobre o afazer interpretativo – desde a Refere-se a um processo de pesquisa interna através do qual se descobre a natureza e o significado (no seio da cultura grega) até à exegese da experiência, e desenvolve métodos e procedi- tipológica da patrística e da teologia medieval, mentos para investigações futuras. Neste modelo ao sola scriptura de Lutero e às diversas o self do pesquisador está presente ao longo de teorias da hermenêutica (Schleiermacher, todo o processo, ou seja, o pesquisador experiencia Dilthey, Heidegger, Gadamer e P. Ricoeur) self-awareness (auto-consciência) e auto-conhe- O processo heurístico engloba processos “auto- Define-se pelo fato de que o solo das interpretações criativos” e “auto-descobertas”, principiando por se dá sobre as experiências que são continuamente uma questão ou problema que o pesquisador pretende refeitas e reinterpretadas: “O homem cresce sobre responder. Trata-se, pois, de um processo “auto- si mesmo, é um novelo de experiências. E cada biográfico”, englobando seis fases: a) engajamento nova experiência é uma experiência que nasce inicial, b) imersão na questão, c) incubação, d) sobre o fundo das anteriores e a reinterpreta” (Reale iluminação, e) explicação e f) culmina numa síntese & Antiseri, 1991, p. 628). Em outras palavras, a criativa. Nas investigações heurísticas, a verifi- base da hermenêutica está na própria experiência.
cação se dá retornando aos participantes da pesquisa, Hans-Georg Gadamer, em seu livro Verdade e
partilhando com eles os significados e as essências Método, apresenta o percurso da construção de uma
do fenômeno como derivados da reflexão sobre a teoria hermenêutica, definindo a possibilidade dacompreensão do ser através da linguagem: “O ser que pode ser compreendido é linguagem” (Gadamer, A grande contribuição do modelo heurístico está 1998, p. 687). Na linguagem estão contidos, tanto na intrínseca participação do sujeito do pesquisador o questionamento, quanto a sua própria resposta.
no próprio ato da pesquisa, isto é, na efetiva colocação Heidegger entende o processo hermenêutico da subjetividade do pesquisador no ato de pesquisar.
como uma pré-estrutura constitutiva da experiência No contexto da pesquisa heurística em psicologia, humana, ou seja, a interpretação faz parte da estrutura Maciel (2004, p. 184) assinala: “É vital para a pesquisa básica da experiência (Morão, 1990; Moustakas, heurística o engajamento, ou seja, a postura humana 1994), posição que Gadamer reitera, ao considerar básica que depende da estrutura da afirmação o “círculo hermenêutico” como um “momento volitiva, e que se manifesta em Moustakas como estrutural ontológico da compreensão”, onde está o “estar-com” o dado, conviver com a experiência”.
presente a antecipação do sentido (Morão, 1990). A teoria fundamentada (“grounded research
Na perspectiva de Paul Ricoeur, definem-se theory”), para Creswell (1998) é um modelo que alguns critérios para a elaboração de um trabalho tem por objetivo gerar ou descobrir uma teoria, a hermenêutico, dentre os quais destacamos o esforço partir de uma situação na qual os indivíduos interagem.
pela fixação no sentido, bem como a necessidade Para Moustakas (1994) é um modelo cujo foco é de se interpretar os protocolos como um todo, decifrar os elementos da experiência. A partir do como uma gestalt de sentidos interconectados, o estudo desses elementos e de suas inter-relações, que revela a potencialidade para múltiplas inter- desenvolve-se uma teoria que torna o pesquisador apto a entender a natureza e o sentido de uma experiência para um grupo particular de pessoas objeto a ser estudado (similarmente à “redução” na fenomenologia); b) apesar da natureza indutiva Coleta-se primariamente dados de entrevistas, do trabalho, trata-se de uma abordagem sistemática a partir de múltiplas visitas ao campo. A teoria é de pesquisa, com passos específicos a serem seguidos gerada durante o processo de pesquisa e conco- e respeitados; c) há uma certa dificuldade na mitante à coleta dos dados, ou seja, à medida que indicação do que significa “saturação” e, d) deve-se os dados vão sendo coletados. As hipóteses e os reconhecer que o resultado primário é uma teoria conceitos são trabalhados fora do curso do estudo.
Segundo Creswell (1998), historicamente, Barney Acreditamos que a maior contribuição deste Glaser e Anselm Strauss, em 1967, sustentaram modelo de pesquisa consiste exatamente na pers- que a sociologia deveria “fundamentar” suas teorias, pectiva de construção da pesquisa a partir dos dados partindo de dados do campo, num caminho contrário coletados, numa superação do modelo tradicional ao uso tradicional de orientações técnicas a priori.
que idealiza o aspecto racional da construção de A intenção era gerar teoria relacionada intimamente teoria. Isto vai ao encontro do proposto no início com o contexto do próprio fenômeno. Metodolo- deste capítulo, quando discutíamos a respeito da gicamente, o pesquisador partia de 20 a 30 entrevistas, construção do pensamento e a relação de “mão- em várias visitas ao campo, até a saturação. O procedimento de análise seguiria o seguinte padrão: Com relação à etnografia ou à pesquisa etnográfica,
“codificação aberta” (para formar categorias abertas), Creswell (1998) apresenta-a como sendo a descrição uma “codificação axial” (para agrupar dados em e a interpretação de um grupo ou sistema cultural novas formas), uma “codificação seletiva” (para (ou social), a partir do exame dos padrões de compor- identificar uma linha histórica) e retratar a matriz tamentos observáveis (tais como os costumes, por condicional. O resultado seria uma teoria de “nível exemplo). Envolve um extenso trabalho de campo e pode ser aplicado numa variedade de settings Para Addison (citado por Moustakas, 1994), os sociais que permitem observações diretas das atividades princípios básicos deste modelo de pesquisa são: do grupo estudado, comunicações e interações compessoas, e oportunidades para entrevistas formais (1) Questionamento: continuamente se questiona sobre as lacunas dos dados (omissões, incon- Possui sua gênese na Antropologia Cultural sistências e compreensões incompletas).
(com Boas, Malinowski, Radcliffe-Brown e Mead) que, embora partindo das ciências naturais, divergem obter informações sobre o que influencia da abordagem tradicional por coletarem dados de e dirige as situações e os sujeitos que estão Envolve um engajamento inicial de exploração, (2) Abertura da pesquisa: neste modelo, realçam- como planejamento, prontidão à condução do se os processos, abertos na condução da estudo, incluindo permissão para observação e pesquisa, mais do que os métodos fixos e participação. Busca-se pessoas em situação de interação, em ambientes comuns, e tenta-se discernir (3) Reconhecimento da importância do contexto os padrões comportamentais, através da pesquisa- participante ou de entrevistas. Realiza-se a pesquisa (4) Desenvolvimento de processos: desenvolve- fundamentalmente partindo para um trabalho de se teoria e dados entrevistando processos campo, reunindo informações – seja por observações, mais do que observando práticas individuais; entrevistas ou materiais úteis – e procedendo, a (5) Simultaneidade: a coleta, a codificação e seguir, à descrição, análise e interpretação do a análise dos dados ocorrem simultaneamente e em relação com cada um dos outros, ao Deve-se dar destaque à observação participante como sendo um processo construído duplamente, pelo pesquisador e pelos “atores sociais” envolvidos.
Para Creswell (1998), os desafios deste modelo O método exige o máximo de interação e envol- são os seguintes: a) o pesquisador deve colocar vimento do pesquisador com aqueles que estão de lado as teorias e idéias prévias a respeito do sendo observados, ou seja, requer uma participação ativa do pesquisador no trabalho da pesquisa. Na de trabalho tão extenso e complexo, podem limitar verdade, implica num reconhecimento do caráter o público e; d) há o risco de uma “nativização” dialético envolvido do ato de pesquisar, que é a do pesquisador e a possibilidade deste se tornar intrínseca ação direta do pesquisador na pesquisa.
Bogdan e Taylor (citado por Moustakas, 1998) sugerem algumas estratégias para a condução da perspectiva etnográfica. Segundo Patton (citado pesquisa etnográfica: a) atenção às palavras-chave por Moustakas, 1994), o valor da observação parti- ao observar interações e ao gravar comentários; cipante define-se pelo fato de que o observador b) concentração ao abrir e fechar relatórios; c) está mais apto a entender o contexto no qual as antes de sair do ambiente, tomar notas de tudo o pessoas vivem por estar numa observação direta.
que deve ser lembrado; d) não falar com ninguém Além disso, as “experiências de primeira mão” antes das anotações estarem completas; e) traçar tornam o pesquisador apto a deduzir o que é um diagrama físico do meio ambiente no qual se significante, podendo aprender coisas às quais os desenvolve o estudo; f) traçar um esboço de atos outros não têm acesso. Mas talvez o mais fundamental específicos (eventos, atividades e conversações).
seja – à semelhança do método heurístico – a Moustakas (1994) ainda cita algumas considerações inclusão das percepções do observador no processo de Patton a respeito da pesquisa etnográfica. Segundo este último, para a consecução deste modelo de Por fim, temos o método fenomenológico, ao
pesquisa é importante ser bastante descritivo ao qual Creswell (1998) descreve como sendo a tomar notas no campo, reunir a maior variedade “descrição das experiências vividas” de vários possível de informações a partir de diferentes sujeitos sobre um conceito ou fenômeno, com vistas perspectivas, selecionar informantes-chave, mantendo a buscar a estrutura “essencial” ou os elementos clareza de que suas perspectivas são limitadas, “invariantes” do fenômeno, ou seja, seu “significado mas que são representativos do contexto ao qual o estudo está se referindo; estar consciente e sensível Na perspectiva sociológica, foi trabalhada por aos diferentes estágios do trabalho de campo (o que Schutz, que buscava entender como os indivíduos significa construir confiança e vínculo no estágio desenvolvem significados das interações sociais.
inicial, lembrar que o avaliador/observador também Em relação ao método em si, Creswell (1998) está sendo observado/avaliado); se envolver ao assinala que o pesquisador deve estar atento à máximo na experienciação do programa como compreensão da perspectiva filosófica por detrás for possível enquanto mantém uma perspectiva da abordagem, utilizar questões que explorem o analítica focalizada no propósito do trabalho de significado da experiência, a partir da coleta de campo; separar claramente descrição de interpretação dados de sujeitos que experienciaram o fenômeno e julgamento; prover feedback como parte do (que pode ser feita através de entrevistas, depoimentos, processo de verificação do trabalho de campo (e estudos de caso, acrescidas de auto-reflexão, etc).
observar o impacto desse feedback); e incluir nas Com respeito à análise dos dados, o autor cita notas de campo e na sua avaliação, suas próprias fundamentalmente a perspectiva compreensiva experiências, pensamentos e sentimentos, já que da estrutura essencial, desenvolvida por Giorgi Como se vê, trata-se de um trabalho – antes de tudo – extenso e complexo, que demanda grande claramente este modelo. Foi Adrian Van Kaam envolvimento da parte do pesquisador, sem o qual quem operacionalizou a pesquisa fenomenológica o trabalho fica invalidado. Dentre os desafios inerentes (denominada de “empírica”, por Moustakas) em a este modelo, Creswell (1998) destaca: a) este Psicologia. Van Kaam (1959) partiu da investigação modelo apresenta-se fundamentado na antropologia do real sentimento de ser entendido, solicitando cultural, e deve a ela se referir; b) o tempo utilizado a estudantes que relembrassem situações onde se normalmente para a coleta de dados é relativamente sentiram entendidos por alguém (partindo, assim, extenso, ou seja, demora-se muito tempo no campo das descrições de seus sentimentos).
(como podemos observar nos escritos de Malinowski A pesquisa “empírico-fenomenológica” envolve em seus estudos sobre os trobriandeses, que duraram um retorno à experiência para obter descrições dois anos, por exemplo); c) as narrativas derivadas compreensivas que darão a base para uma análise estrutural reflexiva criando um retrato da essência Creswell (1998) destaca alguns desafios inerentes a este modelo: a) a necessidade de uma sólida Giorgi (1985) aponta dois níveis descritivos: fundamentação filosófica na fenomenologia; b)uma preocupação significativa com a escolha dos I. Dados originais são compostos de descrições sujeitos (que devem ser representativos no que “ingênuas”4 obtidas através de questões tange à experiência do fenômeno a ser estudado) e; c) talvez o mais importante, a colocação “entre II. Pesquisador descreve as estruturas da expe- parênteses” das experiências pessoais para ir ao riência baseado nas análises reflexivas e encontro do fenômeno tal qual ele se mostra. interpretações dos julgamentos ou histórias Convém destacarmos algumas qualidades comuns aos diversos modelos de pesquisa em ciências O método fenomenológico constitui-se numa humanas, em contraste com os modelos da ciência abordagem descritiva, partindo da idéia de que natural e em relação à pesquisa quantitativa, de se pode deixar o fenômeno falar por si, com o objetivo de alcançar o sentido da experiência, ou 1) Reconhecimento do valor das metodologias seja, o que a experiência significa para as pessoas qualitativas e dos estudos da experiência que tiveram a experiência em questão e que estão, humana como não-aproximadas às abordagens portanto, aptas a dar uma descrição compreensiva desta. Destas descrições individuais, significados 2) Foco na experiência de totalidade (em relação gerais ou universais são derivados: as “essências” a uma ênfase em objetos e partes nas outras O principal representante desta metodologia 3) Busca de significados e essências da experiência talvez seja Amedeo Giorgi, que coordenou durante
(utilizando-se de diferentes medidas e expli- muito tempo, na University of Duquesne, um grupo de pesquisa de base fenomenológica, e que elabora 4) Obtenção de descrições da experiência em passos bem detalhados para um trabalho fenome- considerações na primeira pessoa, através nológico. A ele iremos nos referir mais destacadamente de entrevistas formais, informais e de conver- no próximo item. Já Van Eckastsberg, segundo Moustakas (1994), elabora os seguintes passos 5) Um “olhar” aos dados da experiência como imperativo para compreender o comportamentohumano e como evidência para investigações 1) Formulação do problema – o fenômeno (deli- 6) Formulação de questões e problemas que 2) Situação gerando dados – “protocolo de vida” (trata-se de uma narrativa descritiva 7) Visão do comportamento e da experiência 3) Análise dos dados – explicação e interpretação como uma relação integrada e inseparável (os dados são lidos e escalonados para revelar entre sujeito e objeto, e entre partes e todo.
sua estrutura, coerência e configuração de Procuramos apresentar aqui algumas das formas mais destacadas de pesquisa associadas às ciênciashumanas. Acreditamos que é necessária uma preo-cupação especial com os “dados” do humano,por considerarmos que estes – mesmo não sendode “outra natureza” – que os dados obtidos a partir 4 Aqui consideram-se “ingênuas” aquelas descrições da observação naturalística, requerem outro que não passaram pela influência da racionalização, “olhar”. Isto não implica em dizer que haja um ou seja, são “pré-reflexivas”, constituindo-se em contraste e por conseguinte, uma separação entre descrições que partem – supostamente – da idéia de o humano e o natural, mas que a observação natu- que o sujeito, sem refletir a respeito-de, estaria mais ralista não abarca a integralidade do fenômeno conectado com a sua própria experiência imediata (comseu “vivido”).
Assim, desde os primórdios da pesquisa social, Massimi, M. (2004) (Org.). História da Psicologia no foram-se destacando perspectivas alternativas Brasil do Século XX. São Paulo: Edusp.
na pesquisa com o humano, na expectativa de se Massimi, M., Mahfoud, M., Silva, P. J. C., & Avanci, S.
poder alcançar cada vez mais a totalidade deste H. S. (1999). Navegadores, Colonos, Missionários na Terra de Santa Cruz. Um estudo psicológico dacorrespondência epistolar. São Paulo: Edições Loyola.
Morão, J. (1990). In Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira características próprias, faz-se necessário o desen- de Filosofia. Lisboa: Editorial Verbo.
volvimento de metodologias que privilegiem aspectos Moustakas, C. (1994). Phenomenological Research tais como intuição, imaginação, a busca de estruturas Methods. Thousand Oaks. CA: Sage Publications.
universais, para obter um quadro bem elaborado Mucchielli, R. (1991). Les Méthodes Qualitatives. Paris: da dinâmica que subjaz à experiência. Acreditamos que o modelo fenomenológico de pesquisa pode Reale, G., & Antiseri, D. (1991). História da Filosofia.
vir a ser uma resposta a esta demanda, contanto que se tenha sempre em mente os “desafios” Scarparo, H. (2000) (Org.). Psicologia e Pesquisa. Perspectivas Metodológicas. Porto Alegre: Editora Sulina.
Van Kaam, A. (1959). Phenomenal analysis exemplified by a study of the experience of ‘really feelingunderstood’. Journal of Individual Psychology, 15 Abbagnano, N. (1986). Diccionario de Filosofia. Mexico: Amatuzzi, M. M. (1994). A Investigação do Humano: Um debate. Estudos de Psicologia, 11 (3), 73-78.
Antunes, M. A. M. (1999). A Psicologia no Brasil. Leitura Neste texto, pretendemos discutir questões relativas histórica sobre sua constituição. São Paulo: Editora ao método de pesquisa em Psicologia, partindo de uma perspectiva geral da Pesquisa Qualitativa e, em particular, Brozek, J., & Massimi, M. (1998) (Orgs.). Historiografia da Pesquisa Fenomenológica. Nosso objetivo é empreender da Psicologia Moderna. Versão brasileira, São Paulo: uma discussão em torno da diversidade dos métodos qualitativos de pesquisa em Psicologia, com especial Bruns, M. A. T., & Holanda, A. F. (2003) (Orgs.). Psicologia destaque para o método fenomenológico, como um e Pesquisa Fenomenológica: Reflexões e Perspectivas.
modelo compreensivo que apresenta significativa relação com o fenômeno psicológico. Para tal, o artigo traça Campos, L. F. L. (2000). Métodos e Técnicas de Pesquisa um panorama dos métodos qualitativos, discutindo alguns em Psicologia. Campinas: Alínea Editora.
modelos, tais como o modelo etnográfico, a pesquisa Creswell, J. (1998). Qualitative Inquiry and Research heurística, a hermenêutica, a grounded-theory, a pesquisa Design: Choosing among Five Traditions. Thousand historiográfica, o estudo de caso, a pesquisa biográfica, para por fim, destacar a pesquisa fenomenológica.
Gadamer, H.-G. (1998). Verdade e Método. Traços fundamentais Palavras-chave: Pesquisa qualitativa, fenomenologia.
de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis: Vozes(Original em alemão de 1986).
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González Rey, F. (1999). La Investigación Cualitativa em Psicología. Rumbos y Desafíos. São Paulo: Educ.
This text aims to discuss questions about the research Holanda, A. F. (2002). O Resgate da Fenomenologia de method in Psychology, from a general perspective of Husserl e a Pesquisa em Psicologia. Tese de Doutorado Qualitative Research and Phenomenological Research.
em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de The objective of this article is to discuss about the diversity of qualitative methods of psychological research, Jacó-Vilela, A. M., Jabur, F., & Rodrigues, H. B. C. (1999).
with special attention on the phenomenological method, Clio-Psyché: Histórias da Psicologia no Brasil. Riode Janeiro: UERJ.
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Source: http://www.fenoegrupos.com/JPM-Article3/pdfs/Adriano_Pesquisa.pdf

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